Sesc/ Reprodução
Por: Redação
Notícia
Publicado em 15.09.2023 | 18:23 | Alterado em 15.09.2023 | 18:23
Quem visitar o Sesc Belenzinho, na zona leste de São Paulo, poderá conferir nada mais nada menos do que a maior exposição exclusiva de artistas negros já realizada no país. Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro reúne trabalhos de 240 artistas negros, celebrando a vida do povo negro e reconhecendo sua luta constante por liberdade e direitos.
As obras ocupam o espaço até 28 de janeiro de 2024. A partir daí, uma parte das obras circulará em espaços do Sesc por todo o Brasil pelos próximos 10 anos. Entre os destaques estão nomes como Tiago Sant’Ana, de Salvador; Waleff Dias, de Macapá; Eliana Amorim, de Exú (PE); e Aline Bispo, de São Paulo.
Obra de Aline Bisco
Obra de Tiago Sant'Ana
Obra de Paula Duarte
Obra de Lia D Castro
Obra de Pablo Figueiredo
Obra da artista Renata Felinto
Obra de Luiz 83
Obra de Eliana Amorim
Com curadoria de Igor Simões, Lorraine Mendes e Marcelo Campos, a mostra reúne pinturas, fotografias, esculturas, instalações e videoinstalações, produzidos entre o fim do século 19 até o século 21 por homens e mulheres negros, cis e trans, de todos os estados do Brasil. O curador Hélio Menezes participou do projeto de 2019 a 2022, quando assumiu a curadoria da Bienal de São Paulo.
“A exposição Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro oferece ao público não só a oportunidade de conhecer a obra de artistas e intelectuais negros, com também de refletir sobre sua participação nos diversos contextos sociais”, diz o Diretor-Geral do Departamento Nacional do Sesc, José Carlos Cirilo.
A mostra é fruto de um projeto de pesquisa que tem como objetivo dar visibilidade e promover a arte afro-brasileira. Ela parte do incômodo com o fato de as pessoas negras terem sido excluídas dos espaços de arte, ao mesmo tempo em que as produções artísticas de pessoas brancas foram legitimadas enquanto oficiais. Por isso elas são maioria nos acervos dos museus.
Para se chegar a um número tão expressivo de artistas negros, foram realizadas pesquisas in loco em todas as regiões do Brasil, com atenção para que elas não se limitassem às capitais e incluíssem cidades do interior e comunidades quilombolas.
Além disso, o Sesc promoveu um programa de residência artística on-line intitulado “Pemba: Residência Preta”, que contou com mais de 450 inscrições e selecionou 150 residentes, que receberam orientações de artistas consagrados.
“O combate ao racismo estrutural passa pela valorização de elementos relacionados à educação e à cultura para a diversidade, assim como pela visibilidade e protagonismo de pessoas negras e indígenas de modo a reforçar a empatia, a solidariedade e o respeito entre os diversos membros do corpo social”, afirma o diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda.
Os espaços expositivos do Sesc Belenzinho estão divididos em sete núcleos: Romper, Branco Tema, Negro Vida, Amefricanas, Organização Já, Legitima Defesa e Baobá. Cada um faz referência a importantes intelectuais negros da história do Brasil, como Beatriz Nascimento, Emanoel Araújo, Guerreiro Ramos, Lélia Gonzales e Luiz Gama.
Cada uma reúne artistas que, em suas produções, questionam tentativas de exclusão do povo negro e reconhecem a importância de intelectuais, artistas, escritoras, líderes políticas e religiosas inseridas intimamente nos movimentos culturais e sociais.
“Trabalhamos com a ideia de constelações: encontros, aproximações e distanciamentos entre diferentes proposições, que expõem suas particularidades e suas conexões. Sob o rótulo ‘arte preta’ não caberá qualquer mecanismo de junção formal, estilística ou estética”, explicam os curadores.
Endereço: Sesc Belenzinho (Rua Padre Adelino, 1000, Belenzinho)
Horário de funcionamento: De terça a sábado, das 10h às 21h. Domingos e feriados, das 10h às 18h. Até 28 de janeiro de 2024
Preço: Gratuito
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