Magno Borges/Agência Mural
Por: Malu Marinho
Notícia
Publicado em 11.06.2024 | 16:26 | Alterado em 11.06.2024 | 16:30
A questão do reaproveitamento de roupas sempre esteve presente nas periferias por diversos motivos. Hoje, esse tipo de gesto também é visto como uma forma de preservar o meio ambiente, em um cenário em que a indústria de roupas é uma das que mais causa poluição.
“As periferias são sustentáveis desde muito cedo”, defende Emanuela Silva, 31, dona e idealizadora do Brechó Raiz, localizado no distrito do Grajaú, na zona sul de São Paulo. “O periférico precisa de criatividades para se manter estiloso”, diz
Pensando nesse cenário, a Agência Mural separou uma lista com vários brechós das periferias, tanto da capital quanto da Grande São Paulo, que fazem uma ampla curadoria, alguns até vendendo peças novas e seminovas.
“Vejo que ainda tem muito discurso de consumismo vindo das periferias”, alerta Célia Fernandes, 47, do brechó 3 mulheres da Brasilândia, na zona norte de São Paulo. “Mas, ao mesmo tempo, também tem um movimento muito forte de consumo consciente, das pessoas se tocarem que precisamos fazer algo para mudar nossa realidade ambiental”, afirma.
Dentro dessa lista estão iniciativas como o Quebra Brechó, idealizado por Kaique Barros, que levanta a pauta de que não é preciso comprar caro para se vestir bem. Esses bazares contam com um acervo diverso, focado em roupas e acessórios muitas vezes de marca, ou grife, que pregam a acessibilidade para as quebradas, e o consumo consciente.
Veja lista:
Idealizado por Jaque e Shaya, o brechó participa de vários eventos e tem a curadoria focada em peças femininas e fica localizado na região do Jardim São Luís/Capão Redondo.
Localizado em Paraisópolis, o Brechó Garagem também oferece vários opções pelo contato: (11) 977438444.
Localizado próximo ao terminal Grajaú, o brechó contém uma vasta curadoria de peças femininas e masculinas, além de bolsas e sapatos. Organizado por Emanuela Silva, conta com um diferencial: a pilha de livros na entrada. No acervo encontram-se nomes como Florbela Espanca e Machado de Assis por valores de R$ 5 a R$ 10. De segunda à sábado das 10h às 19h.
Sem Instagram, dona Rosalía também faz ajustes de costura no atelitê localizado no Parque América.
Rua Rosália Grisi Sandoval, 46 – Parque América, São Paulo – SP, 04841-060.
Localizado a 300 metros da estação de trem Primavera-Interlagos, o brechó fica dentro da Galeria Neves. Idealizado por Kátia, a loja tem uma variedade de calças. A curadoria também abrange vestidos, saias e outras peças.
Com um vasto armazém de roupas masculinas, idealizado por Kaique Barro, o brechó de Parelheiros funciona de forma online.
Com uma série de botas e calçados, o brechó fica no Jardim das Imbuias atua de forma física e virtual por meio do grupo no WhatsApp organizado pela dona.
Larissa Ramos está constantemente engajada na pauta do consumo consciente no Brechó do Barulho, no Jardim Fontális, região do Jaçanã. A curadoria é vendida de forma online por meio do Instagram e há opções de roupas e bonés.
A página atua de forma privada, com espaço físico na Brasilândia das 09h às 18h, e no sábado das 10h às 16h30, e contato pelo número: (11) 95128-8846. A página também está no Instagram.
Renato Simões, 27, e Mayara Kerly, 24, montaram o brechó na Vila Industrial enfatizando a estética do funk paulista. A curadoria tem o foco de propagar essa cultura das periferias.
Incentivadora da moda circular, o brechó de Jeniffer fica em Cidade Tiradentes e é voltado para peças infantis e pode ser acessado pelo Instagram.
Na região da Vila Tolstoy, o brechó tem peças que variam de R$5 a R$10. A página no Instagram é recente e ajuda na divulgação da loja física e no contato através do WhatsApp.
Em Poá, o acervo do Brechó Zilmira pode ser encontrado através do grupo organizado no Facebook, ou com a própria Zilmara pelo número (11) 99208-9027.
Voltado para moda streetwear, o brechó foi idealizado por Ariane Cassi em Osasco e possui tendas itinerantes em diferentes pontos da cidade, além de uma loja virtual.
Com curadoria recente, o brechó fica no Jardim Padroeira e funciona por meio da página no Instagram.
Organizado por Sol Guiné, o brechó funciona de forma virtual por meio do contato pelo Instagram.
Também em Osasco, o Hiller tem vendas online, em eventos e feiras divulgadas pela página no Instagram.
Brechó feminino, infantil e decoração de casa. Funciona de segunda a sexta das 9h30 às 18h30 e sábado das 9h às 17h.
Também em Guarulhos, na Vila Galvão, o brechó tem uma curadoria que inclui grifes de peças internacionais e nacionais, com contato pelo WhatsApp e na página do Instagram.
Especializado em botas e casacos, o atendimento funciona de segunda à sábado das 10h às 17h30, e informações podem ser acessadas no Instagram.
Com intuito de propagar a moda sustentável, o ABC tem uma feira mensal que reúne mais de 70 expositores em um só lugar no centro de Santo André.
Brechós e projetos como Modos Periféricos, do Coletivo Chita, têm discutido a diversidade de culturas periféricas urbanas em São Paulo e como elas se relacionam com a sustentabilidade. A proposta virou tema de um documentário de três episódios, exibido em maio de 2022 na Casa Emancipa, no Grajaú.
Jornalista ProUnista formada pela PUC é correspondente do Grajaú desde 2023. Premiada pelo Instituto Vladimir Herzog na categoria Jovem Jornalista. É pesquisadora da cultura Rom/cigana, com um livro escrito a partir de relatos da comunidade.
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.
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