Meta da Prefeitura é duplicar os pontos de acesso existentes na capital paulista; 300 localidades devem estar funcionando até o segundo semestre de 2019
Por: Redação
Publicado em 21.12.2018 | 15:47 | Alterado em 21.12.2018 | 15:47
A Prefeitura de São Paulo anunciou, no último mês, a expansão do programa WiFi Livre SP. Com velocidade de 512 kbps por usuário, a rede de conectividade atualmente está disponível em 120 praças e parques da cidade. De acordo com a administração municipal, as localidades serão, no mínimo, duplicadas até o final da gestão.
Inicialmente, a previsão do Programa de Metas 2017-2020 era que todos os 120 novos pontos estivessem em operação no segundo semestre de 2018. A escolha das localidades foi determinada por consulta pública realizada neste ano.
O novo prazo estima que a expansão seja iniciada no primeiro trimestre de 2019, agora com 180 novos pontos de conexão obrigatórios, contemplando centros culturais e bibliotecas, centros desportivos e atrações turísticas.
“A proposta é que, no decorrer do ano que vem, esses 300 pontos estejam funcionando. Eles serão instalados de forma gradual, não há como determinar um prazo fixo. Se tudo der certo, até o fim do ano poderemos ter até 619 pontos ativos”, explica Daniel Annenberg, secretário municipal de Inovação e Tecnologia.
ALTERNATIVA PARA OS DADOS MÓVEIS
No Itaim Paulista, extremo leste de São Paulo, a praça Silva Teles receberá um ponto de wi-fi com capacidade para atender 50 usuários. Cercado por estabelecimentos comerciais, bancos e próximo à estação Itaim da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), o local é bastante movimentando, mesmo em dias de semana.
A auxiliar administrativa Erika Alves, 25, não costuma acessar a internet gratuita da Prefeitura de São Paulo, mas diz que um ponto de acesso livre na praça Silva Teles pode melhorar sua conexão e mobilidade. Ela usa um aplicativo de transportes para voltar para casa quando faz compras no mercado próximo dali.
“A ideia de instalar internet aqui é boa, mas seria interessante ter nas estações da CPTM também”, comenta.
Já a professora de matemática Adriana da Silva, 38, que frequenta o espaço com seus dois filhos quatro vezes na semana, acredita que o acesso à internet via WiFi Livre irá facilitar sua conexão móvel quando estiver na rua. “Há lugares onde o sinal da operadora é péssimo. Com esse ponto, poderei fazer downloads mais facilmente”, conta.
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No distrito vizinho, Guaianases, um ponto do wi-fi será implantado na praça do Mercado Municipal com capacidade para atender 150 usuários.
“Eu uso mais o Wi-Fi Livre para economizar a internet do meu celular. Não é sempre que tenho créditos. Com um ponto aqui, vou acessar o WhatsApp e as redes sociais na hora do almoço. Acho que será bem útil”
Joyce Regina, 22, vendedora
No entanto, Joyce relata que a velocidade é lenta nos pontos de wi-fi gratuito que ela utiliza, em outras praças de Guaianases. “Talvez seja pela quantidade de pessoas que usam na mesma hora”, sugere.
Quem também será beneficiado pelo programa é o auxiliar de limpeza Fábio Lúcio, 36, que também trabalha no local e tem como principal meio de acesso à internet os pontos de Wi-Fi Livre da cidade.
“Não tenho internet em casa, mandei tirar por conta do custo. Hoje, acesso pelos pontos livres ou pela internet do chip [móvel]. Mas como carrego só R$ 10, não dura o mês inteiro”, explica.
O WiFi Livre SP registra mais de 7 milhões de acessos por mês. Desde seu início, em 2014, o programa registrou mais de 400 milhões de acessos.
PUBLICIDADE NA CONEXÃO
Em novembro de 2018, foi aberto um edital para o credenciamento de empresas e organizações interessadas em ofertar internet gratuita na capital paulista. Atualmente, a Prefeitura de São Paulo investe cerca de R$ 12 milhões ao ano para manutenção dos 120 pontos de acesso.
Com o credenciamento de empresas privadas, esse investimento será poupado e investido em serviços essenciais, como saúde, educação e segurança, de acordo com a pasta responsável.
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Segundo a Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia (SMIT), as empresas serão responsáveis por assegurar internet aos pontos de wi-fi gratuito, tendo, como contrapartida, o direito de explorar a publicidade digital.
“De acordo com o tempo de uso, o usuário do wi-fi verá algumas publicidades. Em pontos destinados para crianças, como os CEUs, a publicidade é vetada”, aponta.
Além dos 120 já existentes e os 180 da fase de ampliação, existem outras 319 localidades que são complementares e opcionais para as empresas credenciadas. “A iniciativa privada atenderá um lote com 300 localidades [que são pré-definidas pela secretaria]. A partir daí, poderão escolher outros pontos que mais lhe interessem, podendo chegar a 619, ao todo.”
A publicidade nos pontos do WiFi Livre SP será válida pelo período de cinco anos (leia mais aqui).
DESCONEXÃO ALÉM DO DINHEIRO
Conectar-se à internet pelo smartphone de forma rápida e usando os dados móveis pode ser uma verdadeira barreira na cidade de São Paulo, mesmo para quem tem condições de arcar com os custos.
De acordo com o levantamento “O que acontece quando o telefone não funciona”, realizado pela Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), a capital paulista tem cerca 2.100 pessoas conectadas por antena. A recomendação da União Internacional de Telecomunicações (UIT) é de, no máximo, 1.500 habitantes por antena.
Para quem mora no extremo leste de São Paulo, esses números são ainda piores. A pior qualidade de sinal móvel está em Cidade Tiradentes que reúne 16.913 habitantes por antena, seguidos pelos distritos de José Bonifácio (13.546), Vila Jacuí (11.198) e Parque do Carmo (9.948).
https://32xsp.org.br/2017/09/26/empresas-de-bairro-sao-unica-opcao-internet-na-periferia-da-zona-norte/
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