Líderes comunitários das periferias de São Paulo compartilharam porque não concordam com a flexibilização da quarentena
Por: Redação
Notícia
Publicado em 17.07.2020 | 11:58 | Alterado em 17.07.2020 | 12:00
Líderes comunitários das periferias de São Paulo compartilharam porque não concordam com a flexibilização da quarentena
Tempo de leitura: 2 min(s)Desde o dia 6 de julho a cidade de São Paulo passou para fase amarela de flexibilização na retomada da economia, o que autoriza estabelecimentos como bares, restaurantes e salões de beleza reabrirem.
Para entender esse movimento e os impactos disso na vida dos moradores nas periferias de São Paulo, o “Em Quarentena” conversou com líderes comunitários de diferentes regiões que estão preocupados com essa flexibilização. Eles compartilharam por que temem a reabertura dos comércios.
A líder comunitária e socióloga Anabela Gonçalves, moradora do Jardim São Luís, zona sul de São Paulo, iniciou falando sobre mortalidade. “A periferia é o lugar onde se mais morre de Covid-19 porque é o lugar onde se mais morre de tudo. A periferia é onde se mais morre! […] A gente tem diversos tipos de mortes aqui na periferia. A Covid-19 com certeza não seria diferente”. (ouça a partir de 01:33).
Gilson Rodrigues, líder comunitário em Paraisópolis, a segunda maior favela da cidade de São Paulo, não apoia a reabertura dos comércios. Ele ressaltou as desigualdades sociais visíveis ainda mais durante a pandemia da Covid-19. “O que temos visto são dois “brasis”. Um do home office, da quarentena, álcool gel e da máscara. E outro Brasil das pessoas que a fome já está chegando, que moram em cima dos córregos e que estão sendo demitidas. E muitos que não foram demitidas, continuam lotando os ônibus. (a partir de 02:28).
A moradora da zona oeste da capital, Viviane Lima, que é presidente da associação de moradores da ocupação Pelourinho, comentou que muita gente na periferia não acredita na pandemia. “Cheguei a ouvir de alguns moradores da comunidade onde sou líder comunitária que isso seria doença de rico. Muitas das crianças e dos pais andavam e andam pela comunidade sem nenhum tipo de proteção”. (em 03:38)
Débora Dias, moradora de Sapopemba, na zona leste, é voluntária na Uneafro e se uniu a outros agentes do bairro para criar o projeto Agentes Populares de Saúde, que reúne infectologistas, terapeutas e psicólogos para monitorar e apoiar pessoas do grupo de risco. Ela explicou a iniciativa.
“A gente tá pensando numa ideia de redução de danos. Então os movimentos de saúde e os movimentos culturais que estão incidindo aqui em Sapopemba, […] esses coletivos estão se unindo para poder fazer um processo de redução de danos” (em 05:16)
Ouça este bate papo completo no Em Quarentena #71: Nas periferias, líderes comunitários temem a reabertura dos comércios.
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