Na rede estadual foi criado o auxílio que chama “Merenda em Casa” e na cidade de São Paulo, a prefeitura criou o “Vale-Alimentação”
Por: Redação
Notícia
Publicado em 29.04.2020 | 23:15 | Alterado em 21.08.2020 | 23:23
Sem aulas por causa do coronavírus, milhares de alunos perderam a merenda. Por isso, os governos estadual e municipal lançaram programas de compensação financeira.
Mas nem todo aluno da rede pública tem direito a receber. Só quem recebe são as famílias do Bolsa Família ou aquelas em situação de pobreza cadastradas no CadÚnico.
Neste episódio o “Em Quarentena”, além de trazer informações sobre esses auxílios, conversou com mães que têm filhos na rede pública para saber se eles estão chegando para todo mundo que tem direito e quais a principais dúvidas das famílias.
Talita, mora no Parque Santo Antônio, na zona sul de São Paulo. Ela tem três filhos no ensino fundamental e todos eles estudam na mesma escola. Ela falou sobre o recebimento dos cartões do auxílio da prefeitura.
“Teve sim auxílio merenda, porém só de duas crianças, só veio dois cartões. Veio um cartão no meu nome e outro no do meu esposo. Não conseguimos receber pelo PicPay”. (ouça a partir de 01:30)
Apesar de ainda esperar que o terceiro cartão chegue, ela disse que o benefício veio em boa hora, pois o marido é autônomo e está desempregado.
“Cinquenta e cinco reais ajuda muito. Ajuda a comprar as coisas para as crianças. É um dinheiro que ajuda sim”. (a partir de 02:05)
O valor recebido no cartão do “Vale Alimentação” da prefeitura varia dependendo da etapa de ensino: na creche é de 101 reais; na educação infantil, 63 e no ensino fundamental, 55 reais.
Já na rede estadual, o auxílio tem outro nome. Se chama “Merenda em Casa”. E quem explicou para o podcast da Agência Mural como funciona o programa foi Henrique Pimentel Filho, que é subsecretário da Secretaria de Educação do Estado.
“A família que tem mais de um filho na rede estadual também receberá um valor de acordo com essa quantidade de filhos. Essa medida vai até enquanto durar a pandemia da Covid-19, enquanto durar o período de suspensão de aulas presenciais”. (ouça em 02:42)
Assim como o programa da prefeitura, o “Merenda em Casa” não chega para famílias sem cadastro no CadÚnico.
Karina, é mãe do Rodrigo, de 9 anos, que estuda em uma escola estadual em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Ela é manicure em um shopping, mas na quarentena ele foi fechado. Consequentemente, ela ficou totalmente sem renda. Por isso, ela questionou o fato do benefício não ser para todos os alunos..
“Eu acho injusto que apenas as pessoas do Cadastro Único tenham esse direito, porque eu nunca fui atrás de nenhum benefício justamente por eu conseguir trabalhar. Mas a pandemia me afetou nisso. Não consigo trabalhar já há quase dois meses e não consigo receber nenhum auxílio”. (em 03:16)
Tanto o “Merenda em Casa”, do estado de São Paulo, como o “Vale Alimentação”, da cidade, têm recebido críticas. No começo de abril, a defensoria pública e o Ministério Público fizeram um pedido para que todos os alunos matriculados recebessem o auxílio. No entanto, o Tribunal de Justiça de São Paulo barrou a proposta e manteve o pagamento como estava.
Para alunos da rede estadual, o pagamento está sendo feito por um aplicativo chamado PicPay, que pode ser baixado de graça no celular. Henrique Pimentel explicou como ter acesso ao auxílio.
“Pai, mãe ou responsável tem que cadastrar no aplicativo o CPF do responsável do Cadastro Único e assim ele terá acesso ao benefício. Esse benefício é creditado direto na conta do aplicativo e ele pode ser sacado, num caixa 24 horas, transferido para outra conta ou [usado] para pagar [algo] pelo próprio aplicativo”. (em 05:04)
A prefeitura avisou que os cartões que não chegaram pelos correios, por conta de problemas na entrega, serão encaminhados para as escolas onde os filhos foram matriculados. Vale a pena entrar em contato com a escola, por telefone, antes de sair de casa.
Ouça este bate papo completo no Em Quarentena #25: Como funciona o auxílio da meenda em SP.
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