Moradores das periferias compartilham dúvidas referentes ao pagamento do benefício
Por: Redação
Notícia
Publicado em 19.05.2020 | 22:35 | Alterado em 22.11.2021 | 15:53
O pagamento da 2ª parcela do auxílio emergencial, no valor de R$ 600, começou no dia 18 de maio. No entanto, muita gente não conseguiu nem receber a primeira parcela e outras seguem com dúvidas sobre como receber, usar os aplicativos e acompanhar a solicitação do benefício.
Por isso, o “Em Quarentena” levou as perguntas para Caixa Econômica Federal e neste episódio traz as respostas para algumas dessas questões.
A primeira pergunta é da Michele, de Carapicuíba, na Grande São Paulo, que contou que está tendo dificuldades para cadastrar o pai no aplicativo do Caixa Tem.
“Já tentei de tudo e não estou conseguindo. O auxílio do meu pai foi aprovado. Eu baixo esse aplicativo no celular dele, só que o aparelho, mesmo sendo moderno, diz que não suporta. Já resetei o celular e nada. Tentei baixar no meu, mas não consigo cadastrar ele”. (ouça a partir de 00:56)
Para esses casos, a Caixa informou que é preciso seguir os seguintes passos: ir em “Configurações” e procurar a opção “Aplicativos”; selecionar o app “CAIXA TEM” e autorizar os acessos “Telefone” e “Armazenamento”; depois dessa configuração o aplicativo deverá funcionar normalmente.
Rubens, que mora em Embu-Guaçu, também na região metropolitana de São Paulo, expôs uma situação familiar que esbarra na dúvida de quantas pessoas da mesma família podem receber o auxílio.
“Aqui em casa somos em três. Minha mãe, que é pensionista, meu irmão e eu, ambos desempregados e sem renda. Mas, somente eu recebi. Na Caixa disseram que isso ocorreu porque somente uma pessoa por família pode receber os R$ 600. Só têm direito a duas [cotas], nos casos de Bolsa Família. É verdade?”. (a partir de 01:53)
Para responder essa pergunta a Caixa lembrou que os critérios para receber do auxílio estão previstos na lei 13.982, do dia dois de março. Independente do Bolsa Família, é permitido que até duas pessoas da mesma casa recebam o auxílio.
Mas elas precisam cumprir alguns requisitos. Ser de uma família que a renda mensal por pessoa não ultrapasse R$ 522,50 (quinhentos e vinte e dois reais e cinquenta centavos), ou cuja renda familiar total seja de até R$ 3.135,00 (três mil cento e trinta e cinco reais).
A pessoa também não pode estar recebendo seguro desemprego, nem algum outro tipo de auxílio do governo, exceto o Bolsa Família. E também não pode ter declarado rendimentos acima de R$ 28.559,70 (vinte e oito mil quinhentos e cinquenta e nove reais e setenta centavos) no imposto de renda de 2018.
Helena, de Itapeva, interior de Minas Gerais, recebe o Bolsa Família e também compartilhou uma dúvida sobre o benefício. “Como fica meu Bolsa Família enquanto eu estiver recebendo o auxílio emergencial?”. (ouça em 03:47)
De acordo com a explicação da Caixa, para quem já recebe o Bolsa Família, a avaliação do auxílio emergencial está sendo automática. Entre o Bolsa Família e o auxílio emergencial será creditado o benefício de maior valor.
Então, por exemplo, se a Helena recebe menos do que R$ 600 (seiscentos reais) no Programa Bolsa Família, receberá o Auxílio Emergencial de R$ 600 automaticamente por três meses, desde que cumpra os critérios da lei. Durante este período, o benefício do Bolsa Família ficará suspenso.
As mulheres chefes de família têm direito a duas cotas do auxílio, ou seja, R$ 1.200 (mil e duzentos reais), independente se fazem parte ou não do Bolsa Família.
Alison é autônomo e mora sozinho no bairro Munhoz Júnior, em Osasco. Ele contou que quando era menor de idade sua família o incluiu no CadÚnico (Cadastro Único para Programas do Governo Federal). Por conta disso, ele não está conseguindo receber o auxílio emergencial.
“Dependo do meu trampo para sobreviver. No caso, não tô podendo trabalhar por causa da Covid e estou sem renda nenhuma. Dependo muito da ajuda desse auxílio, mas não estou recebendo por estar cadastrado no CadÚnico. É possível sair desse cadastro? E ainda é possível receber esse auxílio emergencial?”. (ouça em 04:43)
Sobre essa questão, a Caixa informou que a análise é feita pela Dataprev, que é instituição do Governo Federal responsável por verificar se a pessoa cumpre todas as exigências previstas na lei.
A Agência Mural apurou e verificou que mudanças no CadÚnico devem ser feitas pelo responsável da família no CRAS, que é o Centro de Referência da Assistência Social. Por causa da Covid-19 algumas cidades estão com horários diferentes e com modelos de atendimentos especiais.
Em São Paulo, por exemplo, é preciso antes fazer um agendamento pelo site da prefeitura ou pelo telefone 156. Já em Osasco, onde o Alison mora, a prefeitura informou que a Secretaria de Assistência Social faz de tempos em tempos a atualização cadastral, mas que as unidades do CRAS estão funcionando num esquema de plantão das 11h30 às 15h30.
Os telefones para os moradores de Osasco tirarem dúvidas estão disponíveis no site www.osasco.sp.gov.br.
Para saber mais sobre a situação do cadastro, uma dica é baixar o aplicativo “Meu CadÚnico” ou acessar meucadunico.cidadania.gov.br.
É importante também reforçar que o Ministério da Cidadania suspendeu atualizações de cadastros de beneficiários do Bolsa Família até o final do pagamento do auxílio emergencial.
Para quem ainda segue com dúvidas sobre o auxílio emergencial, a dica do “Em Quarentena” é ler a matéria “Saiba como sacar o benefício da segunda parcela do auxílio emergencial”, que foi escrita pelo repórter da Agência Mural, Sidney Pereira. Ela pode ajudar com os aplicativos, além de trazer informações dos calendários de pagamentos.
Ouça este bate papo completo no Em Quarentena #37: Como e quando receber a 2ª parcela do auxílio emergencial?
Podcast Em Quarentena
Viver em meio ao coronavírus não deve estar sendo fácil para ninguém. Imagina então para quem vive nas periferias.
O “Em Quarentena” é o podcast especial que a Agência Mural de Jornalismo das Periferias criou neste momento da pandemia. Queremos informar, com notícias do dia a dia, quem mais precisa se virar meio a esse caos.
Você pode receber o podcast diretamente no seu Whatsapp, enviando um “Oi” para +55 11 9 7591 5260. Ouça também no Instagram, Youtube, Spotify, Deezer, Apple e Google Podcast.
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.
Se você quer saber como republicar nosso conteúdo, seja ele texto, foto, arte, vídeo, áudio, no seu meio, escreva pra gente.
Envie uma mensagem para republique@agenciamural.org.br