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Número de adolescentes grávidas cai na maior parte das subprefeituras de SP

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Por: Redação

Publicado em 06.12.2016 | 12:57 | Alterado em 06.12.2016 | 12:57

Tempo de leitura: 2 min(s)

Cinco anos se passaram desde que Daniela da Silva Albuquerque pegou nos braços sua filha Marie Cecília. Um momento de felicidade misturado com preocupação. A mãe de primeira viagem tinha somente 15 anos de idade. Uma viagem bastante curta. Melanie Cristina veio ao mundo quando a primogênita havia completado quatro anos.

“A mais velha foi planejada porque eu queria. Estava casada. A mais nova vai fazer dois anos e foi por acaso”, afirma, com ponderação, a jovem moradora de Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo, na zona sul da capital paulista. “Tem muitos métodos anticoncepcionais. Mas ela veio de surpresa”, argumenta.

Paraisópolis está dentro da Vila Andrade, distrito que, no último ano viu crescer o número de adolescentes grávidas, com menos de 19 anos: de 339 para 374 mães com bebês nascidos vivos, segundo o Observatório Cidadão.

Pertencente à Subprefeitura do Campo Limpo, os outros dois distritos que também estão na região, Campo Limpo e Capão Redondo, ao contrário, viram menos meninas engravidaram. No geral, houve uma queda de 1.605 para 1.595.

Das 32 subprefeituras em São Paulo, menos de 10 aumentaram as taxas de fecundidade na adolescência. Em Santo Amaro, subiu de 136 para 137; na Cidade Tiradentes — a região com mais casos per capita — ampliou de 761 para 766; em Guaianases, de 857 para 895; e em Perus, de 426 para 457.

Pinheiros é a subprefeitura com o menor número de casos, com 33 — três vezes menos do que em 2003, quando houve 111 meninas grávidas. Se comparada à Cidade Tiradentes, a diferença é de 23,21 vezes.

Embora ainda sejam bastante altas as taxas de gravidez, a maior parte das subprefeituras paulistanas têm o que comemorar. No Itaim Paulista, por exemplo, a queda foi de 1.135 para 1.092. No M’Boi Mirim, de 1.745 para 1.675; e em São Miguel, de 1.070 para 985.

É chamada de gravidez na adolescência aquela que ocorre até os 21 anos, período no qual, segundo especialistas, a mulher ainda está em fase de desenvolvimento. Sem planejamento, na maior parte dos casos, a gravidez acontece mediante a relacionamentos sem estabilidade.

Com filhas de pais diferentes, Daniela assegura que não se arrepende, mas não aconselhar que meninas e meninos se tornem pais tão cedo. “A experiência de ser mãe é maravilhosa. Mas ter filho é uma responsabilidade que a gente não ganha, é obrigado a ter. Os pais das meninas tinham somente 18 anos”, conta ela, que trabalha como atendente em uma hamburgueria no Itaim Bibi, região nobre na zona oeste.

Funcionária em período integral, Daniela revela que não recebe ajuda financeira dos pais das crianças. “Posso dizer que eles não ajudam. Muitos pais só querem pegar a criança para postar foto com ela nas redes sociais. Vai visitar uma vez no mês e não faz papel correto de pai”, lamenta. “Hoje namoro outra pessoa e ela ama minhas filhas”, ressalta.

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