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Novo subprefeito da Cidade Tiradentes poderá retirar única ciclovia do bairro

As principais justificativas de Oziel Souza são pouco uso de ciclistas, contrariedade de comerciantes e aumento do trânsito

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Por: Redação

Publicado em 10.02.2017 | 13:47 | Alterado em 10.02.2017 | 13:47

Tempo de leitura: 3 min(s)

Morador do maior Conjunto Habitacional da América Latina desde os cinco anos de idade, aos 37, Oziel Souza é o mais novo subprefeito da Cidade Tiradentes, no extremo leste da capital paulista. Considerada uma região dormitório, ela é marcada por sérios problemas sociais, como a dificuldade de acesso à saúde, transporte público, saneamento básico e à educação.

Há pouco tempo na gestão do bairro, Oziel quer avaliar melhor a ciclovia da avenida dos Metalúrgicos. Segundo ele, existe a possibilidade de retirá-la da via. “Os comerciantes são contrários e percebo que há pouco uso efetivo de ciclistas, além de atrapalhar o trânsito”, afirma. De acordo com o portal SP de Bike, a ciclovia tem 2 km de extensão.

À ESPERA DO TREM

Sobre mobilidade, Souza admite a dificuldade de acesso à região, sendo os ônibus e as lotações as únicas alternativas de transporte público. Em 1996 foi construído o Terminal Cidade Tiradentes. Vinte anos depois, a promessa de um monotrilho até a região ainda não saiu do papel. Pelo contrário, as obras da linha 15-Prata, que interligaria a Vila Prudente à Cidade Tiradentes foram suspensas.

A estação de Metrô mais próxima da Cidade Tiradentes é a Corinthians Itaquera e o tempo de deslocamento do bairro até ela pode chegar a uma hora. “Precisamos ter mais ônibus biarticulados para diminuir o tempo e dar mais conforto à população”, ressalta o subprefeito Oziel.

Antes de Souza, quem estava à frente da Cidade Tiradentes, onde vivem cerca de 220 mil pessoas, era José Guilherme de Andrade, na gestão petista, em que foi chefe de gabinete e subprefeito interino na unidade.

Com menos ofertas de emprego em toda a capital paulista, segundo dados do Observatório Cidadão, o local batizado com nome do inconfidente mineiro, Joaquim José da Silva Xavier, o “Tiradentes”, sofre com os reflexos do mal planejamento.

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Cidade Tiradentes/ Crédito: Foto: André Bueno

UM LAR PRÓPRIO

A história de Souza, filho de pais pernambucanos, não se difere das de milhares de famílias nordestinas e de outros cantos da capital paulista, que viram no complexo habitacional a oportunidade da casa própria. “Eu e minha família morávamos em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, quando eles decidiram se mudar para a Cidade Tiradentes. Chegamos em cima de um caminhão aberto”, conta Souza. “Era o movimento da casa própria”.

Único graduado entre os quatro irmãos, formou-se em sociologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Formação essa que norteou seus passos na política, que começou desde cedo. “Nossa primeira luta foi a ampliação dos orelhões”, relembra Oziel. “Naquela época, havia filas enormes e eles eram um dos poucos meios de comunicação da população”.

Antes mesmo de imaginar o posto de subprefeito, Souza foi vendedor de produtos de limpeza e até técnico de um time local, o Sociedade Esportiva Independente. No caminho da política, tornou-se assessor parlamentar e presidente da secretaria municipal de juventude do PSDB.

Além disso, foi um dos criadores da Casa de Cultura Cidade Tiradentes. “Era a antiga Casa da Fazenda. Convidamos a comunidade e, em menos de um ano, passaram mais de 700 pessoas por lá. Foi nela que realizamos a primeira feira de artesanato da região”, orgulha-se.

A atuação na área cultural ganhou escala e Souza foi convidado para trabalhar na organização social Catavento Cultural e Educacional, onde foi responsável pela implementação do projeto Fábricas de Cultura, na zona leste, atualmente com cinco unidades.

Na coordenação das Fábricas, permaneceu por seis anos, até receber o convite para ser subprefeito. “As pessoas comentavam sobre minha possível indicação, mas só fui saber quando o João Dória (PSDB) me ligou um dia antes”, lembra.

“Até agora, tivemos poucos dias de gestão, é um desafio muito grande. Estamos limpando os córregos, fazendo varrição, realizando zeladorias. Acordo às cinco horas e às seis já estou apostos para o trabalho”, diz. “A partir das 9h30, sempre caminho pelo bairro para ver pessoalmente o que precisa ser feito”.

Questionado sobre a autonomia prometida às subprefeituras na atual gestão, Souza elenca como essa independência pode acontecer. “Teremos [na subprefeitura] desde mais abertura de relacionamento com outras pastas, até menos acesso direto às concessionárias”, revela.

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