De acordo com a organização, 150 pessoas participaram do evento.
Por: Redação
Publicado em 12.04.2017 | 1:00 | Alterado em 12.04.2017 | 1:00
“Vamos à luta, pelo Facebook o prefeito não nos escuta!” Foi assim que os jovens de Parelheiros, no extremo sul de São Paulo, se mobilizaram e compareceram à audiência pública regional no último sábado (8) para debater as propostas do Plano de Metas da gestão João Doria (PSDB).
De acordo com a organização, 150 pessoas participaram do evento e destas, cerca de 50 eram jovens que buscavam por mais cultura. Em protesto pelo congelamento das verbas para a cultura, manifestantes entoavam os gritos “descongela a verba da cultura” e “abaixo a baixaria, cultura não é mercadoria”.
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Morador há 23 anos da região, Renan Vitor, 25, é artista de rua. Para ele, as metas apresentadas não condizem com a realidade. “As metas não dialogam com o que acontece aqui. Devem dialogar com outros lugares. Eles deveriam fazer novas metas pensando realmente em Parelheiros”, disse o jovem.
O estudante Thierry Ribeiro, 20, concorda. “As metas para a cultura são baseadas nas Casas de Cultura e aqui em Parelheiros não temos, ou seja, somos carta fora do baralho”. Ribeiro afirma que o Plano precisa ser revisto. “Quem fez essas metas não sabe o que é Parelheiros” completou.
Além da cultura, outro ponto bastante discutido pelos munícipes foi a questão da saúde. Os serviços emergenciais e de especialidades são feitos no Hospital Geral do Grajaú, a 16 km de Parelheiros. Por isso, os residentes reivindicam a conclusão da obra do Hospital de Parelheiros. Ela, que começou na gestão Gilberto Kassab (PSD), com previsão de término em junho de 2014, passou pela gestão Fernando Haddad (PT), que previu concluir em 2015, mas até agora o hospital não está pronto.
“Disseram pra gente que em outubro seriam concluídas as obras do Hospital de Parelheiros”, afirmou a conselheira de saúde e líder de uma associação, Vanderlúcia Jacinto, 46. “Nossa única ambulância UTI que tínhamos foi retirada por contenção de verbas”, completou. “É um absurdo ter que ir até o Grajaú quando precisamos de uma emergência. Foi cogitado de construir o hospital e até agora nada” reclamou Ketleen Ferreira, 22.
Questões de acessibilidade das calçadas, pavimentação do asfalto, fomento da agricultura orgânica e regularização fundiária foram outros temas debatidos. “Eu achei que eles [moradores] foram bastante participativos. Eu destaco a regularização fundiária da nossa região, que eu acredito que deve ser urgente”, disse o prefeito regional, Elard Biskamp.
Além de Biskamp, outras autoridades compuseram a mesa, como o secretário adjunto de Urbanismo e Licenciamento, Marcos Campagnone, e o chefe de gabinete. Diogo Soares.
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