Bate-papo com jornalistas no Sesc Campo Limpo abordou formas de resistência por meio do jornalismo
Por: Laura Dourado
Publieditorial
Publicado em 29.06.2019 | 23:41 | Alterado em 29.06.2019 | 23:41
Bate-papo com jornalistas no Sesc Campo Limpo abordou formas de resistência por meio do jornalismo
Tempo de leitura: 2 min(s)Um encontro para abordar as diversas formas de literatura, com a convivência entre pessoas com saberes, histórias e culturas diferentes.
Essa é a proposta do Festival LiteraCampo, evento do Sesc Campo Limpo que começou na quarta-feira (26) e segue até este domingo (30) com debates, intervenções artísticas, um sarau e uma feira literária.
Na quinta-feira (27), a Agência Mural participou de um bate-papo sobre jornalismo nas periferias e a circulação de desinformação.
No palco, estavam presentes Anderson Meneses, codiretor da Agência Mural, Leonardo dos Santos, do Escola de Notícias, Ronaldo Matos, do Desenrola e Não Me Enrola, além do escritor Ferréz, que fez a mediação da mesa. Havia uma intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais), para possibilitar uma conversa para todos. Ainda houve apresentação da poeta Luz Ribeiro.
Na conversa, Ronaldo Matos comentou que já existem estudos e incentivos de empresas de comunicação e de tecnologia para pesquisar e compreender o que é o jornalismo produzido pela e para as quebradas. Ele pontuou que o que está sendo feito tem valor e não é algo ensinado na academia. “Enquanto tentarem excluir o olhar periférico dentro de grandes espaços a gente vai continuar existindo, crescendo, transgredindo e construindo pontes”, afirma.
Segundo os convidados, os trabalhos jornalísticos feitos por coletivos periféricos ajudam a dar autonomia para o morador e contribui na construção de um olhar crítico.
Também vai contra a imagem de que as periferias são lugares apenas de violência, pobreza e falta de recursos, muitas vezes mostrado dessa forma pela mídia tradicional.
“É um trabalho de formiguinha que a gente vai hackeando o sistema, precisamos relembrar qual é a verdadeira identidade do morador periférico”, comenta Anderson Meneses.
Uma questão trazida pela plateia foi como combater as fake news e evitar que elas continuem colocando o jornalismo em cheque.
Para Meneses, esse tipo de mentira, vestida com cara de notícia, sempre existiu e sempre vai existir. “O que deve ser feito é pensar em novas formas de noticiar e compartilhar esses conteúdos, algo que seja tão atraente quanto as próprias fake news, fazendo com que elas percam relevância”.
Leonardo dos Santos, da Escola de Notícias, afirma que o desenvolvimento do senso crítico e a educação midiática para os cidadãos são essenciais. “Independente do que a pessoa está lendo ela precisa criticar o que o texto está dizendo. Precisamos formar cidadãos que tenham olhar crítico e não só apertem o compartilhar”, pontua.
O Festival LiteraCampo vai até domingo no Sesc Campo Limpo. Na sexta-feira (28), a Agência Mural participou de uma mesa sobre Histórias Inspiradoras do Futebol Feminino. Confira a programação completa no portal do Sesc.
Jornalista, correspondente da Cidade Ademar desde 2018. Trabalha com criação de conteúdo para redes sociais e novas mídias. Curte cinema, arte e novas formas de contar histórias.
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.
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