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Em Osasco, três bairros da zona norte lideram em mortes por Covid-19

Hospital Antônio Gigliio, em Osasco, é um dos espaços com alas para tratar pacientes com Covid-19

Por: Ariane Costa Gomes e Paulo Talarico

A analista de atendimento Bruna Cavalcante, 22, diz estar em um ‘beco sem saída’. Ela vive na Vila Ayrosa, na zona norte de Osasco, bairro perto da capital, e que é onde houve mais mortes por Covid-19, no município – foram 28.

“Estou de quarentena há quase quatro meses, sem sair de casa e mesmo assim tem muita gente nas ruas, bares da região se aglomerando, cada vez mais só vai aumentar o número”.

Osasco tem uma das maiores taxas de mortalidade por causa do novo coronavírus. Até 7 de julho, eram 520 perdas em todo o município – cerca de 74 por 100 mil habitantes – mais do que a cidade de São Paulo. 

O bairro de Bruna não é uma exceção. Dos seis bairros com mais mortes em Osasco, cinco estão na zona norte. Entre eles estão a Vila Menck (28 perdas), o Rochdale (25), o Munhoz Júnior (24) e o Helena Maria (20). Eles ligam de ponta a ponta a região, saindo do limite com São Paulo até o limite com Barueri, cidade vizinha. 

“Os moradores parecem viver em um mundo paralelo. As ruas estão sempre cheias e movimentadas”, conta a assistente administrativa Stefany da Silva Braga, 35, que vive na Vila Menck. 

">Covid-19 em Osasco
">Bairro ">Casos ">Mortes
">Vila Menck ">322 ">28
">Ayrosa ">250 ">28
">Rochdale ">331 ">25
">Veloso ">324 ">25
">Munhoz Júnior ">296 ">24
">Helena Maria ">211 ">20
">Bandeiras ">228 ">15
">Novo Osasco ">302 ">14
">Jardim Conceição ">281 ">14
">Padroeira ">232 ">14
">Santa Maria ">204 ">14
">Mutinga ">194 ">14
">Jardim Elvira ">184 ">14
">Jardim D’Abril ">145 ">14
">Bela Vista ">105 ">14
">São Pedro ">219 ">13
">Jardim Roberto ">210 ">13
">Aliança ">176 ">13
">Piratininga ">242 ">12
">Bussocaba ">136 ">12
">Vila Yolanda ">128 ">11
">Quitaúna ">124 ">11
">Centro ">188 ">10
">Santo Antônio ">141 ">10
">Vila Campesina ">41 ">9
">Jaguaribe ">189 ">8
">Jardim das Flores ">116 ">8
">Vila Osasco ">116 ">8
">Portal D’Oeste ">113 ">8
">Vila Yara ">92 ">8
">Baronesa ">164 ">7
">Pestana ">139 ">7
">Km 18 ">110 ">7
">Cidade das Flores ">93 ">7
">Cipava ">92 ">6
">Bonança ">77 ">6
">Remédios ">63 ">6
">Presidente Altino ">131 ">5
">Umuarama ">125 ">5
">Três Montanhas ">41 ">5
">IAPI ">100 ">4
">Continental ">106 ">3
">City Bussocaba ">54 ">3
">Adalgisa ">75 ">2
">Industrial Anhanguera ">33 ">2
">Bonfim ">16 ">2
">Santa Fé ">15 ">2
">Metalúrgicos ">92 ">1
">Raposo Tavares ">53
">Setor Militar ">14
">Industrial Remédios ">5
">Jardim Nogueira ">2
">Jardim Paulista ">2
">Total " data-sheets-formula="=SOMA(R[-53]C[0]:R[-1]C[0])">7442 " data-sheets-formula="=SOMA(R[-53]C[0]:R[-1]C[0])">511

Por outro lado, ela diz concordar com a reabertura gradual do comércio, se tomadas as medidas de prevenção. 

Nesta sexta-feira (10), Osasco passou para a fase amarela do chamado Plano São Paulo, que permite a reabertura de bares e restaurantes. Antes, alguns estabelecimentos como shoppings já tinham iniciado a reabertura.

“Estão autorizados a funcionar seis horas por dia e foram orientados a organizar o revezamento de seus funcionários, a fim de evitar a lotação do transporte público nos chamados horários de pico”, afirma a Prefeitura de Osasco.

No entanto, mesmo antes de avançar para a nova fase, a reabertura desses comércios era vista em boa parte da cidade.

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“Não acho que chegamos em um nível de decaída segura ou estabilidade para reabrirmos. Mas entendo a necessidade de alguns comerciantes”, diz Vitoria Ferreira, 19, desempregada, moradora do Rochdale. 

Bairro marcado por enchentes no começo do ano, o Rochdale é onde houve mais casos confirmados da Covid-19, são 331, até esta semana. A região cresceu ao redor de afluentes do Rio Tietê e vive há décadas com obras em andamento que prometem o fim das enchentes.

Este ano, além das chuvas, a Covid-19 tem sido o desafio. Para Vitória, apesar das orientações “não houve aceitação ou cumprimento por boa parte dos moradores”.

Avenida Benedito Alves Turíbio, na região do Jardim Veloso @Paulo Talarico/Agência Mural

ZONA SUL

Apesar da zona norte ter registrado locais com o maior número de vítimas, em geral, a Covid-19 se espalhou por todo o município. A prefeitura registra casos em 52 bairros, 48 deles tiveram ao menos um óbito. 

Do outro lado do rio Tietê, na zona sul, o Jardim Veloso é o que concentra mais casos com 324 e 25 mortes. Vizinho dele, o Novo Osasco também ultrapassou os 300 moradores com coronavírus e foram 14 óbitos. 

Sobre a situação da cidade, a Prefeitura diz que acompanha dia a dia a situação da doença. “Desde 19/5, a Prefeitura testa pacientes nas Unidades Básicas de Saúde. A realização dos testes permite o acompanhamento diário, mesmo dos pacientes que ficam em isolamento em casa”, afirma a gestão.

Atualmente, a ocupação de leitos é de 49,4% nas UTIs e de 22% na enfermaria. “A Prefeitura também tem condições de ampliar o número de leitos, caso necessário”, diz a gestão, que diz ter 93% de índice de pacientes curados.

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