Em 2017, a Agência Mural contou a história do casal de Guaianases que vendia trufas para conseguir se casar; hoje eles têm uma filha e buscam sucesso em um negócio próprio que também envolve doces
Por: Lucas Veloso
Notícia
Publicado em 12.06.2019 | 10:52 | Alterado em 19.06.2019 | 18:43
Em 2017, a Agência Mural contou a história do casal de Guaianases que vendia trufas para conseguir se casar; hoje eles têm uma filha e abriram negócio
Tempo de leitura: 3 min(s)O amor é doce. A frase pode soar clichê, mas para Gustavo Benevides, 25, e Caroline Benevides Monte, 22, representa uma história que já passa dos cinco anos.
Os dois se conheceram em uma igreja evangélica, em 2014, e já imaginavam que iriam se casar. Noivaram em fevereiro de 2016. Fizeram orçamentos, procuraram fornecedores, mas tudo era caro demais. Logo perceberam que precisariam de uma ajuda extra na renda. Foi quando a avó dela sugeriu vender trufas na rua.
“Diante disso, oramos e vimos que aquilo poderia ser a estratégia que Deus nos daria pra financiar nosso casório, então deixamos a timidez de lado e fomos às ruas com nossas plaquinhas e trufas”, recorda Caroline.
O primeiro lugar em que venderam foi a estação de trem, em Guaianases, na zona leste de São Paulo. Lá, venderam os doces em quarenta minutos. Durante dez meses, a rotina foi essa. A Agência Mural conheceu o casal em 2017, quando contou a história de vida deles no Dia dos Namorados. “Oh, irmãozinho, você é casado? Compra uma trufa, me ajuda a casar”, pedia Gustavo.
Eles levavam cerca de 100 trufas por dia e arrecadaram R$ 6 mil para pagar a cerimônia. Em novembro de 2016, conseguiram realizar o sonho.
Hoje, dois anos depois, algumas coisas mudaram na rotina do casal. “A gente está tentando o Pedrinho, já que nossa ideia era ter gêmeos”, brinca Caroline, ao falar sobre a filha Julia, de um ano. Os cuidados são divididos entre os dois.
O casamento trouxe lições e aprendizados. Gustavo percebeu logo nos primeiros dias. “Não é algo negativo, mas nossas criações foram diferentes e surgem algumas coisas, aí sentamos e conversamos”, avalia.
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Os dois são amantes da cultura nerd, mas com as obrigações da relação afirmam que estão acompanhando pouco o mundo geek.
“A gente sai [para comer fora] e deixo para ela escolher, mas ela não consegue ser rápida, e ‘demora horas’”, diz Gustavo. “Mas eu falo para você escolher, mas [ele] não quer”, retruca Caroline em tom de brincadeira.
Ela elogia a organização e planejamento do marido. “Quando tem uma coisa para fazer, pensa em mil planos para não dar erro. Eu admiro isso”, destaca.
DAS TRUFAS AOS BOLOS
Se para casar, o caminho foi vender trufa, para pagar os boletos, os dois apostaram novamente nos doces. Montaram junto a “Jujubando”, uma confeitaria na cozinha de casa. “Os bolos de ‘mesversario’ são feitos para comemorar os primeiros meses dos bebês é o que está na moda”, explica Caroline. São cerca de 40 kg produzidos todo mês.
A confeitaria ainda é uma aposta. É na cozinha de casa onde Gustavo e Caroline se revezam para dar conta das encomendas, geralmente vindas de empresas. Com a filha e o desejo de empreender, os dois deixaram os empregos antigos: ela trabalhava como designer em uma empresa de marketing e ele como técnico de mecatrônica.
A família da noiva já trabalha com doces há anos, o que deu experiência para Caroline conhecer os produtos. Quando precisa, tem a ajuda dos pais. Com um ano de existência, a empreitada rende o suficiente para dar conta das despesas mensais do casal.
O casal agora pensa no futuro. Avaliam se mudar para Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, ou para Itaquera, na zona leste, além de comprar um carro para facilitar as entregas.
Com a repercussão da história, quando vendiam trufa, o casal passou a ser referência para outros noivos. Não é incomum a procura por eles para questões sobre vida a dois, sobretudo pelos mais jovens.
“Eu sempre falo para não casar na empolgação. Temos amigos que fizeram isso e estão separados com as nossas idades”, alerta Gustavo. “A pessoa tem quer ver se é realmente o que ela quer. Meus bisavôs são casados há 70 anos, por exemplo, e por isso, recomendo [o casamento] sempre, mas tem que pensar bem”, completa a esposa.
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