Por: Karol Coelho
Publicado em 10.12.2018 | 18:15 | Alterado em 22.11.2021 | 17:17
Yaristza Aparecida
Colaborou Humberto Müller
A escola Nide Zaim Cardoso localizada em Mairiporã, na Grande São Paulo, vem tendo problemas em manter o interesse dos estudantes e com um histórico em manter espaços fechados.
Um dos locais mais afetados é o anfiteatro, uma sala onde cabem até duas turmas e os professores a utilizam para passar filmes ou aulas de vídeo sobre as matérias.
Frequentemente esse lugar está sendo quebrado pelos próprios alunos e ficando fechado para conserto por uma ou duas semanas, porém depois de arrumado o problema volta a acontecer e o anfiteatro fica fechado de novo.
Só no mês de outubro, equipamentos da sala foram quebrados duas vezes, o que o deixou fechado praticamente o mês todo. Quem avisou os alunos foram os professores.
“Nós da gestão escolar e os professores estamos passando por sérios problemas em relação a esse assunto, pois pintamos a escola nas férias, limpamos as carteiras e arrumamos tudo para receber os alunos, mas após algumas semanas já tivemos paredes e mesas riscadas e também os acontecidos no anfiteatro”, diz a diretora Izabel Cristina Delsoto, 48.
A aluna Milene de Almeida Marques, 15, também sente-se incomodada com o ocorrido. “Faz um tempo que não usamos o anfiteatro e somos pouco informados sobre o assunto, só quando os professores precisam usar que descobrimos que está quebrado”, conta.
No momento o local está fechado pelo mesmo motivo e os professores não podem usá-la. A escola não informou quem foram os alunos que o quebraram e nem quem era o professor que estava utilizando a sala no momento em que aconteceu.
Em busca de soluções para tentar diminuir os acontecidos, a gestão da escola tem pedido a colaboração dos alunos para manter as salas e o anfiteatro limpo e conservado para que todos possam utilizar. Os professores estão mais atentos aos alunos quando a aula é no anfiteatro e, também, olhando sempre antes de sair pra ver se está tudo certo.
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Apesar dos problemas com o anfiteatro, a união das forças do grêmio estudantil junto com a direção da escola resultou na resolução de outro problema que incomodava parte dos alunos.
Na escola Nide Zaim Cardoso, a biblioteca quase todos os dias era mantida com as portas fechadas, o que desmotivava os alunos a irem até ela e pegar um livro. “Quando eu cheguei na escola no mês de agosto não via a biblioteca aberta todos os dias”, comenta o aluno Wendryll Luiz, 15.
Agora, a coordenação da escola tem reforçado convites aos estudantes para visitarem a biblioteca e pegarem livros emprestados. E não apenas isso. Tentando incentivar os alunos criados na geração tecnológica a se interessarem mais pela leitura, um projeto, criado pela professora Patrícia Santos, 36, propõe desenvolver o gosto dos alunos pelo mundo das palavras por meio das artes, como música e dança, e possibilitar a interação entre estudantes, professores e comunidade escolar.
“Esse projeto tem como ponto de partida atividades desenvolvidas dentro e fora de sala de aula, como a composição das poesias, montagem do cenário, ensaios de dança e apresentações musicais, trabalhadas nas diferentes áreas do conhecimento”, explica a professora Patricia Santos, 36. Dentre as atividades, está a realização de um concurso de poesias para os alunos.
Esse projeto surgiu no CEFAM (Centro Especifico de formação e aperfeiçoamento do Magistério) de Franco da Rocha. Ele foi desenvolvido por um professor de Patrícia e ela o auxiliou na montagem.
“Fiz toda a montagem do projeto junto com a escola. Fui aluna e fui professora, então pra mim aquilo foi muito legal despertou em mim a vontade de levar esse projeto além por todas as escolas que eu passei”, lembra Patrícia.
O projeto ocorreu na noite do dia 23 de novembro. Com um evento aberto ao público, onde todos foram convidados a participar. Com apresentações de dança, música e até as outras poesias, a premiação ocorreu ao final e a noite acabou com a última apresentação de música. As famílias e amigos dos alunos estavam presentes.
Yaristza Aparecida é estudante da 1ª série do ensino médio na escola estadual Nide Zaim Cardoso
Humberto Müller é correspondente de Mairiporã
Essa reportagem foi produzida por uma participante do programa de bolsa de jornalismo Acontece na Escola da Agência Mural, no qual estudantes do ensino médio de escolas públicas da região metropolitana de São Paulo produzem conteúdo jornalístico sobre temas do cotidiano escolar. A iniciativa integra o projeto Mural nas Escolas.
É jornalista, cofundadora da Agência Mural e correspondente do Campo Limpo desde 2010. Colaborou com a criação da Escola Comunitária de Comunicação da Escola de Notícias, no Campo Limpo, zona sul de São Paulo. Escreve poesias e tem um livro chamado "Estado Atmosférico", que produziu de maneira independente. Na Mural, também apresentou o Rolê Na Quebrada e o PodePá! e foi editora de projetos especiais.
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.
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