Por: Redação
Notícia
Publicado em 25.02.2019 | 19:37 | Alterado em 17.02.2023 | 17:35
Em pleno verão, com temperaturas superiores a 30ºC, viajar pela cidade em um ônibus sem ar-condicionado pode não ser uma tarefa fácil. É ainda pior para quem faz longos trajetos, como acontece com o fotógrafo Arthur Lamas Silva, 27, morador do distrito do Butantã, na zona oeste da capital paulista.
“É complicado, pois os ônibus sem ar-condicionado não possuem boa ventilação. Em horários de pico, é abafado, e muitas pessoas passam mal”, afirma.
A região onde vive o fotógrafo tem a frota com o menor número de veículos equipados com ar-condicionado, de acordo com a SPTrans. Dos 1.273 ônibus em operação na zona oeste, somente 315 são climatizados.
“Apenas uma linha que passa na região onde eu moro possui ar-condicionado, o 715M/10 [Largo da Pólvora – Jd. Maria Luiza]”
Arthur Lamas Silva, fotógrafo
“Pouco vemos melhorias significativas no planejamento de linhas e veículos. Ônibus antigos ainda estão em circulação”, reclama Silva, que garante se sentir confortável para usar o transporte fora do horário de pico, apesar da ausência de ar-condicionado.
No entanto, coletivos cheios e tráfego intenso fazem parte da rotina da cidade, especialmente no horário de pico. Além disso, os paulistanos gastam, em média, 1h57 para chegar ao trabalho, de acordo com a pesquisa “Viver em São Paulo: Mobilidade Urbana na Cidade”.
A estudante de letras da Universidade de São Paulo (USP) Alexia Sousa, 20, tenta fugir do calorão buscando um lugar próximo às janelas. “Mas isso é um privilégio. Normalmente as pessoas saem abrindo tudo, até aquelas saídas de emergência no teto”, afirma a moradora do Jardim Adhemar de Barros, também na zona oeste.
“Tenho pressão baixa e quase desmaiei porque estava sem ar e com muito calor. Minha sorte é que tinha um ponto de ônibus perto, muitos alunos desceram e eu consegui me sentar”
Alexia Sousa, estudante de letras
“Os ônibus que vão para USP são um inferno também. Muitos alunos embarcam no Metrô, então a concentração é absurda para apenas dois veículos que fazem o trajeto”, completa Alexia.
Em nota à reportagem, a SPTrans informa que 2.673 veículos com ar-condicionado foram incorporados desde 2017. Desse total, 61% dos equipamentos foram introduzidos pela atual gestão.
Pouco mais de 31% dos ônibus da capital contam com ar-condicionado. Em números absolutos, isso significa que, dos 14.048 veículos em circulação, apenas 4.385 têm ar-condicionado.
Apesar do menor número de ônibus climatizados estar na zona oeste, é a região nordeste da cidade a detentora da pior porcentagem proporcionalmente ao total de ônibus em circulação: são 21,3% da frota.
De acordo com a divisão da SPTrans, também conhecida como área 3, essa região está situada na faixa superior da zona leste.
Atualmente a cidade de São Paulo é dividida em oito áreas de operação, mais a área central. Cada área é representada por cor uma diferente, assim como a frota de cada localidade. Segundo a SPTrans, a previsão é que 100% dos coletivos sejam climatizados até 2025.
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