Aricanduva é o mais ‘largado’ dos três reclamam moradores que sofrem com enchentes na região
Por: Redação
Publicado em 10.01.2017 | 13:30 | Alterado em 10.01.2017 | 13:30
A goiana Maria Lúcia Gomes, 53, resolveu se “bandear” do centro da capital paulista para viver no Carrão, na zona leste da capital. “Aqui vivem mais aposentados”, salienta a dona de um pequeno restaurante, bem próximo ao metrô e terminal Vila Carrão.
Dos cinco anos que está no bairro, há um ano e meio ela administra o estabelecimento, que divide espaço com vários outros pontos comerciais. A disputa, porém, não a preocupa.
“O comércio está bem aqui”, diz Maria Lucia, que trabalha exatamente em frente ao futuro CEU Carrão, que está com as obras interrompidas. “Antes o pessoal que trabalhava na construção vinha almoçar aqui, agora não mais”, lamenta.
O Carrão é um dos três distritos que compõem a Subprefeitura de Aricanduva/Formosa, onde vivem 267 mil pessoas. Os distritos que a compõe contém basicamente a mesma média populacional. Vila Formosa é a com o maior número de habitantes (95 mil); enquanto Aricanduva conta com 89 mil e Carrão 84 mil.
Localizada na zona leste, a subprefeitura está razoavelmente próxima ao centro da cidade, o que a torna mais “valorizada” do que as de Itaquera, Guaianazes e Cidade Tiradentes, que estão nos rincões do município. A Vila Formosa, por exemplo, está situada a cerca de 9,5 km, em linha reta, do marco zero, no centro da cidade.
De origem tupi, a palavra “aricanduva” significa “sítio de plantas aíris”, uma espécie de palma. Aricanduva surgiu entre 1902 e 1905, porém seu desenvolvimento se deu apenas em 1950.
Já o Carrão que, no passado, era recoberto por plantações agrícolas, foi, aos poucos, ganhando ares de progresso com o ascendente comércio. Atualmente, o distrito está na lista de empreendimentos imobiliários “cinco estrelas” na zona leste.
Uma curiosidade que une o trio é a data de aniversário. Vila Carrão comemora aniversário no terceiro domingo de setembro, Vila Formosa no segundo domingo de outubro e Aricanduva no segundo domingo de novembro.
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DISTINÇÕES SOCIAIS ENTRE OS DISTRITOS
Para a sobrinha de Maria Lucia, Roberta Camargo, 33, a mobilidade é uma das vantagens de se morar na região. “Para quem não possui carro o transporte é muito prático”, diz a moradora da Vila Formosa.
De acordo com a Secretaria das Subprefeituras, por estar mais situada ao leste da cidade, Vila Formosa é uma espécie de “rival” do Tatuapé, que pertence à Prefeitura Regional da Mooca — uma das regiões mais valorizadas da “ZL” ao apresentar indicadores sociais semelhantes aos das regiões mais desenvolvidas do município.
A Vila Formosa é um dos locais mais arborizadas da zona leste. Possui quase 80 praças e a verticalização nela ocorreu a níveis como de outros lugares.
Segundo Roberta, Aricanduva é o distrito mais destoante. “O Aricanduva é mais largado. Tem muito alagamento. As escolas e os postos de saúde têm tratamento pior. É como se fosse final da subprefeitura e eles largam de mão”, comenta.
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Esses contrastes podem ser observados no panorama do Observatório Cidadão. O levantamento mostra que no quesito cultura, por exemplo, Aricanduva é o que menos tem equipamentos e centros culturais.
Vila Formosa, assim como os vizinhos, não tem museu. No entanto, lidera em relação às demais ofertas, como salas de cinema, centros de cultura e acervo de livros. O tempo média de vida é bastante distinto entre o trio: Aricanduva (68,91), Vila Formosa (71,87), e Carrão (72,9). Todos eles tiveram ligeiro aumento de 2014 para 2015.
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