Dados da empresa mostram que ocorrências caíram pela metade em três anos. Passageiros reclamam de paralisações quase diárias
Por: Redação
Publicado em 01.04.2019 | 20:58 | Alterado em 01.04.2019 | 20:58
Rodrigo Gomes da Silva, 28, mora no Bom Retiro, centro-leste de São Paulo, e trabalha em Itaquera, no extremo leste. Aos sábados, ao voltar do trabalho para casa, já chegou a ficar parado por 20 minutos no trem, entre uma estação e outra. “Estamos aguardando a movimentação do trem à frente”, recebia o comunicado dentro do vagão, enquanto esperava a viagem ser restabelecida.
“Não é sempre que acontece. Acho que umas duas vezes por mês. Os trens são novos, é raro pegar um mais antigo. Nesse dia, eu me arrependi porque eu poderia ter usado o metrô”, diz Silva, que trabalha como vendedor e promotor de eventos.
A média de paralisações nas estações mencionada por Silva é basicamente a mesma registrada em dados fornecidos pela CPTM ao 32xSP.
Em 2018, foram 23, conforme levantamento da companhia — uma a menos do que em 2017. Nos últimos quatro anos, o índice caiu quase pela metade, quando já chegou a ter 40 interrupções em 2015.
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Afinal, a CPTM é uma rede de metrô?
Segundo a CPTM, em dias úteis, quase três milhões de passageiros viajam nas 2.800 viagens programadas nas sete linhas.
Para Janaína Lemos Cardoso, 32, o número oficial de paralisações não corresponde à sua realidade. Moradora de Guaianases, na zona leste, ela usa a linha 11-Coral para chegar ao trabalho, quase sempre atrasada.
“O trem para pelo menos três vezes por semana. Quando está chovendo, como nessa época, aí é todo dia um caos. O que não é pior é que eles sempre colocam trem novo para circular”, salienta.
O mesmo sufoco acontece com a vendedora Luciana Ramos de Oliveira, 32. Apesar de viajar poucas estações para chegar ao trabalho no Tatuapé, zona leste, as paradas são constantes.
Segundo ela, a boa infraestrutura nos veículos é o que minimiza o tempo perdido entre uma estação e outra.
“As paralisações acontecem principalmente na volta, umas 18h30. Boa parte dos trens é nova e com ar-condicionado, então o sofrimento é menor”, comenta a moradora de Pirituba, na zona oeste.
Já a estudante de administração Sara Rodrigues, 28, precisou mudar o horário de saída de casa porque chegava sempre atrasada à faculdade, na Barra Funda.
“Todo dia tem problema, sim; se não é à tarde, é à noite. Eu não tenho outra opção, não sei os motivos que tanto mexem nesses trens, pois prejudica todo mundo”, reclama.
OUTRO LADO
Sobre as ocorrências relatadas pelos entrevistados, a CPTM afirma contabilizar somente as notáveis — caracterizadas pela interrupção de circulação dos trens em algum trecho da linha —, podendo ter acionamento da Operação Paese (ônibus gratuito).
A companhia reforça ainda que a ferrovia é um sistema que opera a céu aberto, com rede aérea de energia com postes, fios e pantógrafos nos trens ligados a essa rede para alimentação as composições. Por isso está sujeita às interferências externas provocadas por fenômenos naturais como inundações na via por excesso de chuva ou descargas elétricas atmosféricas.
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Sobre a manutenção das linhas, a empresa explica que elas são programadas e realizadas em horários de menor movimentação de passageiros, aos fins de semana, feriados, madrugadas e fora do horário de pico.
Minimiza os problemas relatados ao ressaltar que existem também furtos de fios, vandalismo em equipamentos ou sistemas ferroviários, manifestações públicas, queda de árvores e outros fatores.
Por fim, garante estar renovando a frota e que, desde 2016, do lote de 65 novos trens comprados, 58 já entraram em operação.
https://32xsp.org.br/2019/02/20/morador-da-zona-leste-e-o-que-mais-sofre-com-distancia-ate-o-trabalho/
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