“Parque Pet” vai disponibilizar água e ração para cães de rua por meio de doações de comerciantes; iniciativa divide opinião de moradores
Por: Redação
Publicado em 25.04.2019 | 15:58 | Alterado em 25.04.2019 | 15:58
Imagine um local público onde animais abandonados possam ter ração, água e até brinquedos, como túneis e pneus. A subprefeitura da Cidade Tiradentes, no extremo leste de São Paulo, pretende inaugurar ainda neste mês o “Parque Pet”.
A iniciativa deve começar de forma itinerante, com ações em diferentes pontos da região; em seguida, terá um local fixo. O “parque”, no entanto, divide opinião dos moradores.
“Essa construção pode ser apenas uma maneira de fazer política”, critica Márcia Raposo, 57, protetora de animais.
“É um absurdo construir um parque enquanto não conscientizar o povo do bairro a respeitar os animais”, completa.
Outra preocupação de Márcia diz respeito aos bichos em situação de abandono que estão expostos a doenças e que podem ser transmitidas para outros animais ou até mesmo pessoas.
Para o subprefeito Oziel Souza, serão feitas campanhas de “conscientização para adotar e não abandonar cães”. Segundo ele, os informativos serão divulgados em escolas próximas aos locais onde serão montadas as estruturas para os animais.
O parque fixo será instalado na rua Nascer do Sol, próximo à escola municipal de educação infantil professor Eduardo Kneese de Mello.
A moradora e também protetora do animais Fernanda Aparecida do Prado, 41, defende a criação do espaço.
“Estamos em um bairro onde a maior parte das moradias são apartamentos. Será também uma opção de lazer”, justifica ela, ressaltando outras vantagens.
“Poderemos usar para as campanhas de vacinação, de castração móvel, de arrecadação de ração e doação de animais abandonados.”
ESTRUTURA
O subprefeito da Cidade Tiradentes garante que o projeto não terá verba pública. Segundo Souza, comerciantes se comprometeram a doar rações e defensores dos animais vão ajudar no planejamento das ações.
Para que haja sempre ração no “parque”, será construída uma espécie de reserva, feita com canos hidráulicos, posicionados verticalmente, para armazenar e liberar alimentos e água, de maneira constante.
Também serão instalados brinquedos e obstáculos, e haverá ainda castrações móveis e orientações aos tutores dos pets.
“A ideia do parque surgiu no período de altas temperaturas, momento em que observamos o sofrimento dos cães de rua”, explica Souza.
MONITORAMENTO
Para o médico veterinário Samuel Scalenghi, 35, é importante monitorar todos os cães do entorno do espaço para castrá-los e evitar um descontrole populacional de animais abandonados.
“Em locais onde existem muitos animais semi-domiciliados [com tutor, mas com acesso livre à rua sem monitoração], há o risco do contágio de doenças e aumento populacional”, explica o veterinário, que trabalha na zona leste.
Apesar das ponderações, ele acredita que o parque possa ser uma oportunidade de convívio harmonioso entre a população e os animais.
“Quando levar animais ao Parque Ibirapuera começou a se tornar hábito, houve muita polêmica de que seria um reduto de zoonose e sujeira. Hoje o local é referência para se passear com animais. É preciso consciência da população e fiscalização dos órgãos para que isso dê certo”, finaliza Scalenghi.
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https://32xsp.org.br/2018/06/08/falta-de-tempo-desestimula-adocoes-de-caes-afirma-zoonoses-de-sp/
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