Dentre os distritos mais populosos da região está o de Santa Cecília, com quase 84 mil moradores
Por: Redação
Publicado em 05.09.2016 | 19:41 | Alterado em 05.09.2016 | 19:41
As subprefeituras de Sapopemba e da Vila Prudente são as que detêm a menor quantidade de distritos da cidade, com apenas um e dois, respectivamente. Mesmo se somadas, esse índice é três vezes menor que do que a líder: a Subprefeitura da Sé, situada no centro da capital.
Sozinha, ela possui oito distritos: Bela Vista, Bom Retiro, Cambuci, Consolação, Liberdade, República, Santa Cecília e Sé.
Moradora do distrito da República, embora seja praticamente vizinha à sede da Subprefeitura da Sé (localizada próxima à Praça da Sé), a massoterapeuta Patrícia Hakkak, 34, afirma tampouco saber o endereço do local. “Confesso que não sei onde ela fica”, revela.
Dentre os distritos mais populosos da região está o de Santa Cecília, com quase 84 mil moradores. Em seguida, a Bela Vista e Liberdade, com 69 mil, cada. Já o menos habitado é o a Sé, com 23 mil habitantes. Ao todo, são 374 mil moradores.
Com uma das menores áreas verdes públicas da cidade, a taxa na subprefeitura era de apenas 2,42 metros quadrados de área verde pública por habitante até 2014, de acordo com os números mais recentes compilados no Observatório Cidadão.
Os baixos índices também se refletem na saúde. É praticamente inexistente a quantidade de UBSs (Unidades Básicas de Saúde) na Sé, que registra o segundo pior índice entre todas as subprefeituras, com apenas 0,176 — para cada 10 mil habitantes. Ela perde apenas para Vila Mariana, que detém a marca de 0,133. Outras subprefeituras, como Moóca e Pinheiros também estão entre as que têm menos unidades básicas de saúde.
Patrícia garante nunca ter precisado ir a uma Unidade Básica de Saúde. Caso contrário, também não saberia onde fica a mais próxima de onde mora. “Realmente não sei onde fica uma UBS no meu bairro”. O mesmo ela não pode dizer sobre os teatros. “Já os teatros, vou sempre que posso, afinal há vários por aqui”, afirma.
Do rodapé para o topo, a Sé muda totalmente as suas estatísticas quando o assunto é cultura e emprego. A subprefeitura tem o maior índice per capita de teatros da cidade, com média de 3,16. Se comparado ao Campo Limpo, é um índice 200 vezes maior.
Ainda de acordo com dados do Mapa da Desigualdade, até 2014, os distritos da Sé distribuíam a maior parte do número de postos de trabalho e renda da cidade. Foram mais de 16 mil vagas de emprego (também para cada 10 mil moradores). Pinheiros é a número um, com mais de 22 mil.
Desde junho deste ano, quem administra a subprefeitura é o engenheiro agrônomo Gilmar Tadeu Ribeiro Alves. Questionada pelo 32xSP, a assessoria de comunicação da Sé não respondeu como o subprefeito avalia sua gestão e acerca dos projetos em andamento.
De acordo com o portal Planeja Sampa, dos 11 projetos do Plano de Metas para a região, apenas dois foram totalmente concluídos até agora: a Central de Triagem Automatizada, no Bom Retiro, e o Serviço de Acolhimento Institucional — destinado à população em situação de rua. Já a implementação da extensão da UPA AMA Sé e a requalificação do Mercado Municipal seguem atrasados.
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