Original Spotify vai trazer a cobertura do jornalismo da Mural diariamente no fim da tarde
Divulgacão
Por: Redação
Notícia
Publicado em 28.06.2021 | 17:04 | Alterado em 28.06.2021 | 17:15
“A periferia é um negócio muito antigo”, afirma o produtor cultural Gil Marçal, que aponta como origem dessa estrutura os tempos da monarquia, quando os plebeus ficaram para fora dos muros do castelo. Muros que ainda existem.
Ele foi o primeiro entrevistado do Próxima Parada, podcast original Spotify produzido em parceria com a Agência Mural. A estreia nesta segunda-feira (28) refletiu sobre o que são as periferias.
O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira com notícias do dia a dia que circulam pelas periferias do Brasil e, em especial, da região metropolitana de São Paulo.
O podcast tem apresentação dos jovens jornalistas Ana Beatriz Felicio, 24, e Rômulo Cabrera, 30, residentes de Carapicuíba e Suzano, na Grande São Paulo.
Os dois, inclusive, falaram sobre as regiões em que vivem e os estereótipos sobre os dois municípios.
“Suzano é mais do que as palavras massacre e tragédia”, relembrou o episódio, sobre o fato de a cidade ser lembrada, por vezes, apenas pelo caso de violência na escola Raul Brasil. Há diversas histórias como a do casal que montou uma biblioteca dentro de casa para dar livros a crianças na periferia.
O mesmo em Carapicuíba, onde há uma aldeia tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ou a história de John, um barbeiro que criou um salão dentro de um ônibus na Cohab.
É essa quebra de estereótipos e levar as notícias nesse novo formato que vai fazer parte de cada uma das nossas Paradas.
E voltando ao Gil: “A periferia é aquilo que tá depois do muro do castelo; aquilo que está depois do rio, no caso de São Paulo, o Rio Pinheiros, o Rio Tietê; aquilo que tá depois da ponte. Periferia é aquilo que ficou pra depois”, conta.
“Mas ela, apesar dela ter ficado pra depois, é dos trabalhadores que vêm essa riqueza, que essa pequena elite desfruta.”
“A periferia é tudo junto e misturado, né? O encontro. Se ao mesmo tempo as pessoas falam da violência, que, ‘ah, a periferia é violenta’, violenta são os muros que separam eles da gente, eles deles mesmos, que a história não tem pessoas infelizes, presas dentro da sua própria arrogância, do seu próprio castelo.”
Ouça o episódio completo:
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.
Se você quer saber como republicar nosso conteúdo, seja ele texto, foto, arte, vídeo, áudio, no seu meio, escreva pra gente.
Envie uma mensagem para republique@agenciamural.org.br