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O isolamento na favela Cabana do Pai Tomás em Belo Horizonte; ouça o podcast

Breno Martins, estudante de psicologia, mora em uma das maiores favelas da capital mineira

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Por: Redação

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Publicado em 03.08.2020 | 13:47 | Alterado em 03.08.2020 | 22:03

Tempo de leitura: 3 min(s)

Em junho, a última ponte aérea virtual do “Em Quarentena” trouxe notícias de Minas Gerais, onde, em algumas cidades, o governo recuou no plano de reabertura.

Para saber como está sendo o isolamento social nas periferias de lá, o podcast da Agência Mural conversou com Breno Martins, estudante de psicologia e morador da favela Cabana do Pai Tomás, uma das maiores de Belo Horizonte.

Breno falou sobre seu bairro e os desafios que tem enfrentado neste período de isolamento social. “Como as casas aqui são muito próximas acaba que o barulho aumenta. Outro fator que dificulta o silêncio são os carros que passam diariamente com músicas em volumes altos. Este tem sido meu maior desafio neste tempo”. (ouça a partir de 00:57)

A capital mineira estava entrando na segunda fase de flexibilização. No entanto, recuou devido o avanço do número de casos de Covid-19, que disparou. BH voltou a fase 0 (zero) do plano de reabertura e só serviços essenciais podem funcionar. 

Martins expôs sua preocupação com os moradores das favelas. “Desde o início da pandemia eu tenho observado que as discordâncias e a falta de diálogo entre o prefeito de Belo Horizonte e o governador tem trazido grandes impactos para população. Principalmente agora, com as etapas de flexibilização, onde o número de casos da Covid-19 aumentou drasticamente em Belo Horizonte e os leitos de UTIs estão perto de sua capacidade máxima”. (a partir de 02:53

O estudante compartilhou sua análise sobre a possibilidade da cidade adotar lockdown como medida para impedir o avanço do coronavírus.

“É complicado. Fico pensando que frente ao atual cenário é necessário. Mas sei também que as pessoas mais afetadas serão as pessoas das comunidades. Com isso fico me questionando, que para nós, pessoas periféricas, teremos duas saídas: a morte pela Covid-19 ou a morte pela fome”. (em 03:39)

Tendo como base suas próprias vivências, Breno listou algumas hipóteses, que para ele, são motivos que contribuem para que as pessoas não mantenham o isolamento social nas periferias. “Primeiro, o comércio local aqui no Cabana é muito forte e grande parte dos moradores trabalham em comércios próximos. Depois, algumas casas são extremamente pequenas e comportam famílias  numerosas”. (a partir de 04:09)

Dentre outros motivos levantados pelo morador, entrou nessa lista a falta de acesso à informação. Ele mencionou, inclusive, um caso familiar. “Meu avô,  por exemplo, não tem acesso à televisão, nem à internet. Ele só ficou sabendo do atual cenário mundial porque eu levei informação até ele”. (em 04:36)

O estudante ainda compartilhou outra preocupação dos moradores da favela Cabana do Pai Tomás. O aumento das ações policiais na comunidade.

“Os policiais têm que chegar de forma muito incisiva e com equipamentos de grande porte. Esses dias, eu estava voltando da padaria, por volta das 21h, de máscara e fiquei com muito medo de continuar subindo a rua. Porque estava descendo vários policiais com um armamento muito pesado. Pensei, se eles começam um tiroteio aqui, agora, já era”. (em 05:19)

Ouça este bate papo completo no Em Quarentena #63: O isolamento na favela Cabana do Pai Tomás em Belo Horizonte.

Podcast Em Quarentena

Viver em meio ao coronavírus não deve estar sendo fácil para ninguém. Imagina então para quem vive nas periferias. 

O “Em Quarentena” é o podcast especial que a Agência Mural de Jornalismo das Periferias criou neste momento da pandemia. Queremos informar, com notícias do dia a dia, quem mais precisa se virar meio a esse caos.

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