Ida Larruscain dá aulas em escolas públicas e particulares da cidade de Santana de Livramento, que fica no Rio Grande do Sul, na divisa com a cidade uruguaia Rivera
Por: Redação
Notícia
Publicado em 17.09.2020 | 14:05 | Alterado em 16.12.2020 | 19:23
Neste episódio o “Em Quarentena” desembarcou em Sant’Ana do Livramento, fronteira do Brasil com o Uruguai, para conversar com a professora Ida Larruscain, que falou das peculiaridades de educar em uma região que fica entre dois países.
“O desafio que a gente tem em lecionar em uma zona de fronteira é basicamente a diferença no idioma. Quanto aos alunos que a gente recebe, muitos estudam no Uruguai e vêm com a língua materna, o espanhol, para aprender conosco na nossa língua materna que é o português. Esse é o grande desafio”. (ouça a partir de 00:01)
Ida Larruscain é mestre em educação e dá aulas em escolas públicas e particulares da cidade de Sant’Ana de Livramento, que fica no Rio Grande do Sul, bem na divisa com a cidade uruguaia Rivera.
As cidades são tão próximas que até existe uma praça por lá chamada “Praça Internacional”, metade no Brasil, metade no Uruguai.
Sendo o idioma o grande desafio para os estudantes da região, a professora enfatizou que na fronteira o ‘portunhol´ é bastante usado. Ela também compartilhou como as escolas estão fazendo para diminuir essa distância entre os dois idiomas, o português e o espanhol.
“Na nossa matriz curricular nós temos a disciplina de espanhol, na base curricular, para os alunos dos anos finais, do sexto ao nono ano. E as disciplinas de estudos latino americanos para os alunos das turmas iniciais por ser uma escola integral do primeiro ao quinto ano”. (a partir de 01:13)
Com a chegada do coronavírus, a educação à distância foi outro obstáculo a ser enfrentado por lá. Larruscain contou como foi esse período inicial de pandemia.
“Nós tivemos muitos desafios porque a gente estava começando o ano letivo, então nós tivemos praticamente uma semana de aula para conhecer o nosso aluno, com toda escola, para depois ir diretamente para o ensino remoto”. (ouça em 01:53)
Ela relatou ainda por que os desafios, existentes até o atual momento, são ainda maiores para os professores que atuam na modalidade de alfabetização.
“Porque por videoaula não se consegue um total retorno do nosso aluno quanto alfabetização. Mas estamos a seis meses distantes, aos pouquinhos a gente vai se adequando”. ( em 02:11)
Para Ida, todas essas mudanças estão fazendo com que, tanto os professores quanto os alunos, precisem aprender jeitos novos de estudar e de lecionar.
O intercâmbio de conhecimento, que sempre aconteceu na Fronteira da Paz, como é chamada a região, tem sido fundamental para a manutenção do ensino, mesmo que agora só em ambientes virtuais.
Confira outras reportagens sobre educação no site da Agência Mural.
Ouça este bate papo completo no Em Quarentena #18 – Segunda Temporada: Educação na fronteira em tempos de pandemia.
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