Profissionais do cinema indicam obras feitas nas periferias que deveriam ganhar a estatueta
Por: Lucas Veloso
Notícia
Publicado em 23.04.2021 | 17:29 | Alterado em 27.02.2024 | 16:38
Neste domingo (25), vai ao ar a cerimônia do Oscar 2021, em Los Angeles (EUA). Com a pandemia, a premiação do cinema norte-americano vai ser transmitida em dois locais diferentes e terá um número reduzido de convidados.
Criticado por vezes pela falta de diversidade entre os premiados, desde 2015 a campanha #OscarsSoWhite (“Oscar muito branco”, em tradução livre) chama atenção nas redes sociais por apontar a quantidade de candidatos brancos indicados por uma Academia composta principalmente por homens idosos de mesma cor.
No ano seguinte, a entidade mostrou que, naquela época, 6.000 membros na ocasião eram 93% brancos e 76% homens, com idade média de 63 anos. A instituição anunciou que pretendia dobrar o número de mulheres e integrantes de origens diversas até 2020. No ano passado, tiveram 33% de mulheres e 19% de membros de “minorias sub-representadas”, como negros.
Neste ano, em busca de visibilizar outras produções, a Agência Mural ouviu quatro profissionais envolvidos no audiovisual das periferias de São Paulo para saber quais obras eles indicariam como candidatas a ganhar o Oscar e que merecem igual destaque.
JULIANA SANTANA, microfonista, indica PERIFERICU
Direção | Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira
“O filme ‘Perifericu’ merecia ganhar o Oscar por sua linguagem narrativa extremamente cinematográfica, mostrando a realidade periférica, perpassando lindamente pela religião, colocando ela em outro lugar de interpretação. Mostra o real sentido da amizade”.
LINCOLN PÉRICLES, cineasta, indica VIDEOLÊNCIA
Direção | Coletivo de realizadores audiovisuais Núcleo de Comunicação Alternativa
“Merece destaque porque mostra a possibilidade de autonomia do nosso cinema enquanto morador de quebrada. É um registro precioso e raro dum movimento de independência audiovisual, que nóis vem a muito tempo lutando pra se fazer cotidiano para os nossos”.
INDIRA FACHO, produtora, indica FARTURA
Direção | Yasmin Thayná
“O documentário diz muito sobre a nossa cultura periférica: cozinha e festa. Através de registros antigos, vemos as semelhanças do partilhar de alimentos, músicas, espaços, com familiares e amigos, do que é ancestral e se faz natural para ritualizar esses encontros”.
VITA PEREIRA, diretora, indica NEGRUM3
Direção | Diego Paulino
“Uma produção sobre novas possibilidades de mundo. Trabalha nas impossibilidades. Esse filme me atravessou de diversas formas e continua me ajudando a atravessar os fins do mundo”.
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.
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