Matheus Pigozzi/ Agência Mural
Por: Jacqueline Maria da Silva
Notícia
Publicado em 14.07.2023 | 16:29 | Alterado em 17.07.2023 | 16:31
A hepatite é uma doença que desperta muitas dúvidas e preocupações, especialmente em relação à sua forma de transmissão. Para trazer clareza a esse assunto, entrevistamos a médica infectologista Camila Almeida, que desvendeu dez mitos e verdades sobre formas de transmissão.
A especialista explica, por exemplo, se beijar na boca, usar narguilé ou ter relações sexuais sem camisinha transmitem ou não a doença.
A hepatite é uma inflamação do fígado e pode ser causada por vírus transmitidos de diferentes maneiras, podendo gerar a hepatite aguda e hepatite crônica.
Em 2019, o Ministério da Saúde criou o Julho Amarelo (Lei 13.802/ 19), mês dedicado às ações de prevenção às hepatites virais. O dia mundial de combate à doença é comemorado no dia 28 de julho.
Confira abaixo as principais dúvidas:
Beijar na boca, usar batom e compartilhar narguilé
Mito
Pode ficar tranquilo, porque a transmissão das hepatites virais não ocorre por meio de contato casual, como compartilhamento de cigarros, copos, narguilé, batom ou beijo na boca.
Usar o vaso sanitário de uma pessoa com hepatite
Mito
A transmissão da hepatite B e C, por meio do contato com o assento de um vaso sanitário, é extremamente improvável, porque a pele íntegra serve como uma barreira eficaz contra a entrada dos vírus. No entanto, é importante manter boas práticas de higiene ao utilizar banheiros públicos ou compartilhados. Lavar as mãos pode ajudar a prevenir a contaminação das hepatites A e E.
Transar sem camisinha
Verdade
A transmissão das hepatites C e D pode ocorrer por meio do contato com fluidos corporais infectados (secreção vaginal e sêmen) em relações sexuais desprotegidas. Com isso, elas também são consideradas como ISTs (Infecção Sexualmente Transmissível). Aliás, fique atento ao uso de preservativo sempre, porque ele evita contaminação de outras ISTs, como a sífilis e HIV e HPV.
Contato com sangue de pessoa contaminada
Verdade
A transmissão pode ocorrer com contato com sangue de uma pessoa portadora do vírus. Logo, a pessoa pode contrair o vírus da hepatite ao compartilhar agulhas contaminadas, como para uso de drogas injetáveis ou até transmitir de mãe para filho durante o parto.
Transfusão de sangue pode causar hepatite viral
Verdade
Existe uma mínima chance de transmissão de hepatite viral por transfusão de sangue. Apesar disso, é importante reforçar que esse modo de transmissão é extremamente raro nos dias de hoje, graças a medidas rigorosas de triagem e testes realizados nos bancos de sangue.
Usar alicate, gilete ou escova de dente de outra pessoa
Verdade
Objetos pessoais contaminados (que tenham contato com sangue), como lâminas de barbear, alicates de unhas ou escovas de dentes, podem levar a transmissão e por isso deve-se evitar esse compartilhamento.
Colocar piercing e fazer tatuagem
Verdade
Assim como o compartilhamento de objetos em que se pode ter contato com sangue contaminado, fazer tatuagens ou piercings com equipamentos não esterilizados também podem levar ao contágio da doença. O vírus tem capacidade, inclusive, de sobreviver na tinta da tatuagem.
Pessoas mais jovens não pegam hepatite viral
Mito
Pessoas de todas as idades têm as mesmas chances de contrair o vírus da hepatite, sobretudo, jovens que adotem comportamentos de risco, como ter relação sexual sem uso de preservativo. O que acontece, é que as hepatites A e E em geral são mais comuns em crianças e adolescentes pelo maior contato com outras crianças e a práticas de higiene menos rigorosas.
Existe vacina para hepatite viral
Verdade
A vacinação contra a hepatite A e B está disponível e é recomendada como uma medida de prevenção. Contudo, vale ressaltar que não existe uma vacina específica para a hepatite C e E.
Desconfiou que está com hepatite, procure ajuda!
Verdade
Nos postos existem testes rápidos que podem ser feitos para diagnóstico. Pessoas que se enquadram nos fatores de risco podem procurar a UBS (Unidade Básica de Saúde) e fazer o teste gratuitamente
O plano do governo é erradicar a doença até 2030, a partir de campanhas de conscientização.
Se você sentir alguns dos sintomas ou tiver contato com sangue ou fluidos de pessoas contaminadas, vá a uma UBS mais próxima. Relate o ocorrido ao profissional de saúde e siga as orientações.
Confira aqui os endereços dos postos de saúde da capital paulista.
Esta reportagem foi produzida com apoio da Report For The World
Repórter da Agência Mural desde 2023 e da rede Report For The World, programa desenvolvido pela The GroundTruth Project. Vencedora de prêmios de jornalismo como MOL, SEBRAE, SIP. Gosta de falar sobre temas diversos e acredita do jornalismo como ferramenta para tornar o planeta melhor.
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