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Agência de Jornalismo das periferias
Acontece Mural

Mural oito anos: correspondentes falam sobre trajetória e cobertura nas periferias

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Por: Cíntia Gomes

Publicado em 30.11.2018 | 22:00 | Alterado em 22.11.2021 | 16:42

Tempo de leitura: 6 min(s)

Novembro é nosso mês de aniversário e para celebrar, trazemos as memórias de oito gerações de correspondentes da Mural. Confira também a nossa linha do tempo com os principais acontecimentos desde quando tudo começou lá em 24 de novembro de 2010.

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Paulo Talarico, Lívia Lima, Cleber Arruda, Thaís Santana e Regiany Silva na montagem de uma Expo Mural em 2015 (divulgação)

Coletividade, perrengue e recordações

Em 12/12/2010 escreveu a primeira reportagem na Mural – Os Stragos do Damasceno

“Em oito anos de Mural (fui um dos primeiros muralistas ainda dos cursos antes da estreia), continuo aprendendo o quanto o jornalismo é coletivo e pode fazer diferenças, se feito com ética, sem vaidade e respeitando as mais variadas diferenças. Uma lembrança dessa força está na participação das “Expo Mural” nos nossos bairros, quando esqueci uma parte da barraca e improvisamos com o coletivo local nossa exposição. Caímos no riso. O resultado final agradou e conhecemos novas ótimas histórias! Quem também não coleciona perrengues, não tem o que contar!”

(Cleber Arruda é correspondente da Brasilândia, na zona norte, e da turma de 2010 )

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Aline Kátia ao meio com visitantes da Expo Mural na Jova Rural (Matheus de Souza)

Minha primeira reunião

Em 07/12/2011 publicou a primeira reportagem na Mural Conheça o bairro de Jova Rural, na zona norte de São Paulo

“Quando eu penso na turma de 2011, eu me lembro da primeira reunião, porque foi próximo do Mural ter completado um ano. Era a primeira vez que estava entrando correspondentes depois do lançamento então tinha as pessoas que começaram o projeto com a primeira turma que iria se juntar. Tinha uma ansiedade e alegria dos dois lados, fomos bem recebidos por quem já fazia parte, ao mesmo tempo que chegamos com uma força, com bairro que ainda não tinha cobertura. E quando vejo esse primeiro texto que escrevi, vejo o quanto o bairro mudou, do período que moro que são 20 anos, e o quanto mudou em oito anos de histórias que contei, as mudanças estruturais, de não ter nenhuma sinalização de trânsito até cobrir a colocação das primeiras faixas de pedestres, de mostrar os postes de madeira aos novos postes de concreto, ver a colocação de novos modelos de ponto de ônibus.”

(Aline Kátia  é correspondente da Jova Rural, na zona norte, e da turma de 2011)

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Marina Lopes durante um dos encontros mensais da Agência Mural na Folha de S. Paulo (divulgação)

Um lugar no jornalismo

Em 28/06/2012  publicou a primeira reportagem na Mural – Em reforma prevista para 180 dias, a Casa de Cultura da Penha continua fechada após dois anos

“Sábado, 21 de abril de 2012. Essa foi a data da minha primeira reunião na Agência Mural, que na época ainda era um coletivo de estudantes e jornalistas que estavam a fim de contar o que acontecia nas periferias onde moravam. No dia, eu não era a única novata. O Rafael Balago, corresponde de Pirituba, na zona norte, também se juntava ao grupo. Por ser um dia atípico, com a presença de alguns visitantes, alguns muralistas antigos falavam sobre a repercussão de matérias que foram publicadas no blog. Quem contava uma das histórias era a Patrícia Silva, do Campo Limpo. Ela tinha feito uma matéria sobre um painel luminoso, na Vila Sônia, zona oeste, que atrapalhava motoristas, e pouco tempo após a publicação, o proprietário foi multado pela subprefeitura. Achei aquilo fantástico e também quis contar o que acontecia na Penha, zona leste de São Paulo. Uma das primeiras matérias que fiz para o Mural falava sobre o abandono da casa de cultura da região. Com essa publicação, surgia também a certeza de que tinha encontrado um lugar no jornalismo para falar sobre o meu lugar.”

(Marina Lopes é correspondente da Penha, na zona leste, e da turma de 2012)

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Vagner Vital está em pé com jaqueta preta e mão no bolso (Ira Romão)

Um olhar de dentro

Em 20/12/2013 publicou a primeira reportagem na Mural – Moradores do Jabaquara aproveitam dias de folga para curtir a região

“Fazer parte da família Mural tem sido uma honra desde a primeira reunião em que estive presente, em 2013. Escrever sobre sua comunidade, dando voz às pessoas que de fato vivem o que é ser periferia é uma experiência enriquecedora. Nesses cinco anos em que faço parte da Mural pude contar histórias inspiradoras, trazer debates relevantes sobre temas que envolvem as periferias e, mais que isso, conhecer e me reconhecer na história do meu bairro. Uma das histórias que mais tive prazer em contar “Entre lajes e telonas: a história do garoto negro e gay que virou cineasta” foi traduzida para sete idiomas ao redor do mundo. Fiquei muito grato pela repercussão.”

(Vagner Vital é correspondente do Jabaquara, na zona sul, e da turma de 2013)

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À direita Kátia Flora, Paulo Talarico, Erika Pacheco e Lucas Veloso, durante Turismural em Mairiporã (Humberto Müller)

Jornalismo humanitário

Em 05/06/ 2014 publicou a primeira reportagem na Mural – Em São Bernardo, obra em escola está atrasada há dois anos

” Quando fui convidada por um amigo ex- integrante da Mural para participar do processo seletivo, em 25/03/ 2014 fiquei muito feliz, ainda mais depois com a notícia que tinha sido aprovada. Minha primeira matéria foi no início de junho, sobre uma obra parada há mais de dois anos ,no Jardim Calux em São Bernardo. Por coincidência fiz pré escola naquele local e quando entrei para fazer a matéria fiquei emocionada por escrever sobre a instituição que foram meus primeiros passos na vida escolar. Depois vieram outras pautas como do cineasta Milton Santos, teve uma ótima repercussão. Durante esses quatros anos aprendi muito, tive oportunidade de fazer pautas coletivas sobre as eleições, conhecer pessoas famosas, políticos e participar de palestras. Sou grata por ser uma muralista e contar histórias de pessoas incríveis que moram nas periferias e realizam trabalhos para beneficiar a população, que pela grande mídia passa despercebido.  Desejo vida longa para a Agência Mural e que venha novos projetos para ampliar nossa atividade.”

(Kátia Flora é correspondente de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, e da turma de 2014)

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Equipe do Rolê na Quebrada – Anderson Meneses, Thalita Monte Santo, Lucas Veloso e Karol Coelho (divulgação)

Ao meu redor

Em 06/01/2016 publicou a primeira reportagem na Mural – Garotas formam banda para falar sobre a vida na periferia de Guarulhos

“Pensar na minha trajetória dentro da Mural é lembrar que eu tive o privilégio de me tornar muralista justamente no ano em que o blog se oficializou como Agência. Tenho muito orgulho disso. De lá pra cá, já ajudei a cuidar das redes sociais, escrevi matérias, produzi vídeos, participei de coberturas e hoje integro um dos tantos projetos realizados pela Mural, o Rolê na Quebrada. Sou imensamente grata por estar ao lado de tantas pessoas incríveis em um projeto que eu realmente acredito. Sou grata também por poder falar sobre a minha cidade, do meu território, das pessoas que estão ao meu redor. Desejo que a Agência Mural alcance cada vez mais pessoas, que falemos mais sobre as periferias para as nossas periferias. Que sejamos as pontes que atravessam qualquer rio.”

(Thalita Monte Santo é correspondente de Guarulhos, na Grande São Paulo, e da turma de 2015)

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André Santos, Alexandre de Maio, Magno Borges e Paulo Talarico, durante oficina de jornalismo em quadrinhos (divulgação)

Um mundo novo

Em 01/08/2017 publicou a primeira ilustração na Mural – Versão final do Programa de Metas começa a ser apresentada na cidade

“Nunca pensei que eu ia trabalhar com jornalismo, nunca pensei que ia gostar de fazer infográfico. É engraçado, aos poucos você vai se pegando estudando coisas, sugerindo coisas, tentando entender o que é a agência e o que significa ser jornalista, é um mundo novo. Minha primeira contribuição como ilustrador, e minha única como repórter, foi para uma matéria sobre o plano de metas da cidade de São Paulo. Mas eu gosto de contar partindo do  primeiro infográfico, sobre equipamentos de cultura na cidade.”

(Magno Borges é correspondente do Jaraguá, na zona oeste, e da turma de 2017)

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Ira Romão pelo bairro de Perus (arquivo pessoal)

Parte da história

Em 21/09/2018 publicou a primeira reportagem na Mural – Perus 84 anos: trens, cimento e a construção do Brasil

Participar da Mural tem sido um misto de descobertas e realizações constantes. Conheci a Agência em 2017 no mesmo período que decidi explorar tudo o que o jornalismo poderia me permitir para além de uma sala de escritório. Afinal, tinha me dedicado por quase uma década ao jornalismo corporativo. Então no mesmo ano, participei do processo seletivo da Mural, mas não passei. No entanto, não desisti e participei novamente em junho de 2018. E desde então, venho aprendendo e compartilhando o pouco que sei com essa galera incrível. Por meio de textos e de registros fotográficos tenho contribuído e participado dos projetos da Agência. Jamais esquecerei a primeira galeria de fotos que participei – ‘As pipas das periferias de São Paulo’. Me sinto acolhida, reconhecida e parte desta história. Aquele desejo, sonho e vontade que me fizeram cursar jornalismo é reacendido a cada novo desafio proposto pela Mural. Só posso dizer: muito obrigada!”

(Ira Romão é correspondente de Perus, na zona noroeste, e da turma de 2018)

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Cíntia Gomes

Diretora institucional e cofundadora da Agência Mural, correspondente do Jardim Ângela desde 2010. Como boa escorpiana, é desconfiada, decidida e curiosa. Ama o mar, livros, dançar, ver filmes, comer doces e pipoca.

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