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Jovens enfrentam desafios na busca do primeiro emprego

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Por Lucas Veloso | 23.02.2016

Publicado em 23.02.2016 | 22:24 | Alterado em 27.02.2024 | 21:39

Tempo de leitura: 2 min(s)

“Sempre foi difícil trabalhar, mas agora que consegui, as coisas estão mais fáceis”. É assim que a empacotadora de mercado, Alice Cardoso, 17, define sua trajetória profissional.

Para Alice, a busca pelo primeiro emprego começou logo que surgiu o desejo de comprar tênis, roupas e maquiagem. No início, os pais até compravam algumas coisas, mas com o passar do tempo, as vontades da filha mais nova se tornaram cada vez maiores e isso começou a afetar o orçamento mensal da família. Foi aí que a estudante de ensino médio começou a procurar oportunidades perto de casa.

Entre uma ocupação e outra, sempre surgiam problemas de como conciliar os estudos com os horários de estudo e, por conta disso, as primeiras experiências foram um pouco frustrantes.No início, a jovem conseguiu alguns trabalhos informais. “Já fiz de tudo um pouco. Primeiro trabalhei em uma lan house, ganhava pouco, mas dava para comprar algumas coisas que eu queria. Depois o lugar fechou e comecei em uma lanchonete de uma amiga da minha mãe”, comenta.

De acordo com uma pesquisa feita no período de 2006 a 2012 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os jovens na faixa de 15 a 24 anos que nunca trabalharam possuem 64% menos chances de encontrar um emprego do que aquelas pessoas da mesma idade com experiência em empregos anteriores. Eles também têm 70% menos chances em comparação com os adultos acima dos 25. Ou seja, o difícil, como diz Alice, é conseguir o primeiro emprego formal.

No fim do ano passado, depois de se cadastrar em um site de vagas é que veio a primeira oportunidade real. No mercado Higa’s, Jardim Robru, na zona leste de São Paulo, possui um programa de primeiro emprego focado nos jovens sem experiências anteriores. Com a vantagem da carga horária reduzida, é possível oferecer também aos novos funcionários tempo para se dedicarem à escola.

Atualmente, Alice frequenta as aulas no período da manhã, volta para almoçar em casa e trabalha no horário das 14h às 20h.

Para Paulo Castro, responsável pelo setor de recrutamento de uma rede de mercados a maior dificuldade no ingresso dos jovens no mundo do trabalho é a falta de experiência anterior seguida da dificuldade em  compatibilizar horários e trajetos entre emprego e escola.

Alice está feliz: o percurso de casa até o local de trabalho não costuma levar mais de 10 minutos a pé. “Acho que as empresas deveriam oferecer mais vagas para nós jovens, porque queremos trabalhar e como a gente está começando, a dedicação é muito grande. Eu sou exemplo disso”, conclui.

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