Apesar de mobilizações, escola Gavião Peixoto, que tem capacidade para receber 3.400 alunos, téra 5 salas a menos
Por: Redação
Publicado em 18.12.2017 | 18:20 | Alterado em 18.12.2017 | 18:20
Às vésperas de encerar o ano letivo, alunos e professores da Escola Estadual Brigadeiro Gavião Peixoto, a maior escola estadual de São Paulo, em Perus, na zona noroeste da capital paulista, foram informados por um quadro escolar, na semana passada, que a unidade terá cinco salas a menos em 2018.
Há três meses, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo anunciou, em Diário Oficial, que pretende diminuir 15 das 35 salas de aulas. A medida atingirá, principalmente, jovens do ensino médio e supletivo noturno da unidade, que tem capacidade para receber 3.400 alunos.
Em atitude contrária à proposta da Secretaria, pais, alunos, professores e funcionários fizeram mobilizações, abaixo-assinados, camisetas e panfletagens nas ruas e participaram, em novembro, de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
“Na minha sala são 43 alunos. Com a redução de classes esse número irá aumentar, e muitos terão que sair”, afirma Carol Fonseca, 18, estudante do segundo ano do ensino médio e presidente do grêmio estudantil, que corre o risco de ter uma nova rotina por conta da divisão.
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Para Márcia Feitosa, 43, mãe de um aluno da escola, pensar em deslocar seu filho para estudar em um outro colégio não está em seus planos. “Eu não penso só nele, mas também em jovens mulheres que voltariam tarde da noite de outra região”, relata.
Segundo a Diretoria de Ensino (DRE), na região da zona norte, há 17 escolas municipais e estaduais do ensino fundamental, quatro do ensino médio, e apenas a Brigadeiro Gavião Peixoto oferece supletivo.
LUTA
O professor de filosofia Vilson Antônio Fiorentin, 45, que leciona há 10 anos na Gavião Peixoto, afirma que “eles [a Secretaria de Educação] nem chegaram a consultar a comunidade sobre o que isso causará aos jovens”.
Fiorentin conta que a Secretaria tentou, outras duas vezes, dividir a unidade, alegando razões administrativas devido à grande infraestrutura da escola.
Dessa vez, no entanto, pais e professores souberam do projeto por meio do Diário Oficial. Na publicação, um chamamento foi aberto para empresas interessadas em fazer a obra.
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Ainda de acordo com o professor, com a mudança, a Gavião Peixoto perderá não só vagas, mas também a identidade arquitetônica de maior escola. “Os danos de imediato seriam a diminuição das aulas, principalmente para os ensinos médio e supletivo”, reforça.
Em nota enviada ao 32xSP, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informa “que existe o projeto de licitação. Porém, nada mudará na unidade E.E Gavião Peixoto para o próximo ano”.
Indagada, como será feita a redistribuição dos alunos e se a comunidade será consultada, a pasta não se prontificou.
Mais sobre Perus:
http://32xsp.org.br/2016/11/21/conheca-perus-um-lugar-repleto-de-historia-e-que-ainda-precisa-ser-desbravado/
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