A Linha 13-Jade começou no início de junho a operar em horário comercial em Guarulhos, na Grande São Paulo. Com funcionamento entre 4h e 0h e valor da passagem de R$ 4, o ramal liga Engenheiro Goulart, na zona leste de São Paulo, à estação Aeroporto-Guarulhos, próxima ao Terminal 1.
Apesar da ampliação do serviço, com apenas três estações, a Linha-13 ainda não consegue atingir moradores de bairros periféricos da cidade. Quem vive nessa região ainda opta pelos ônibus intermunicipais, principalmente os com destino a estação Armênia, na Linha 1-Azul do Metrô na capital.
A média da passagem dos ônibus intermunicipais ultrapassa os R$ 5,30, e há linhas que chegam a custar R$ 6,80, caso do coletivo que sai do Jd. Fortaleza, em Guarulhos, até o metrô Armênia.
Para quem mora na região dos bairros Pimentas e Bonsucesso, a distância e o gasto inviabilizam o uso. “A gente já pega o trânsito do Trevo de Bonsucesso. O ônibus até a Armênia ainda é a melhor opção, mesmo que bem mais caro. A linha [do trem] só vai ser útil quando chegar no ‘fundão’ da cidade. É muito cômodo fazer estação perto do aeroporto”, afirmou Franciely Ferreira, 34, moradora do Pimentas.
O Trevo de Bonsucesso é conhecido pelo trânsito caótico nos horários de pico. É uma ligação importante entre a região do Pimentas, Bonsucesso e São João, além de ser cortado pela Rodovia Presidente Dutra. Obras de melhoria no local estão em andamento há alguns anos, com previsão final de entrega para o fim de 2018.
PRIMEIROS DIAS
A Agência Mural testou o serviço e fez, em uma terça-feira, o trajeto de Guarulhos até São Paulo, no horário de pico do período da manhã. A viagem começou na Estação Cecap-Guarulhos quando o relógio marcava 6h33. A estação estava vazia e poucos usuários seguiram de trem rumo à zona leste. De uma estação a outra, são 13 minutos, em média. A CPTM informou que nos dois primeiros dias de operação comercial, a Linha-13 recebeu cerca de 9 mil passageiros, enquanto que a média diária de usuários da Linha-12, onde finaliza a Jade, é de 270 mil.
Com composições lotadas e tempo razoável de espera, o embarque na estação Engenheiro Goulart da Linha Safira é bem diferente. Só foi possível o embarque após a espera de cinco composições, e com lotação total.
Morador do Jardim Presidente Dutra, um dos bairros mais populosos de Guarulhos e distante das estações, André do Nascimento, 22, enfrentou a lotação na volta para a casa. “É muito cheio. Consigo pegar vazio no Brás. No Tatuapé eu teria que esperar muito mais”. A CPTM informou, sem especificar, que na Linha 12-Safira foram adicionados mais trens para suprir a demanda.
Ao fazer a transferência na estação Engenheiro Goulart da Linha 12-Safira, muitos usuários optam pelo desembarque na estação seguinte, a Tatuapé, mesma escolha que a equipe da Agência Mural fez. “Acho muito cansativa essas baldeações. Tento fazer o mínimo possível. Espero que o expresso saia logo”, afirmou Viviane Gonçalves, 26, moradora do bairro Inocoop, Guarulhos.
O destino final da reportagem foi a estação Vila Olímpia, da Linha 9-Esmeralda, após seguir até a estação da Luz via Linha 11-Coral, pegar a linha amarela do Metrô e depois fazer a transferência na Estação Pinheiros. O tempo total do percurso foi de 1h42, cruzando a catraca da estação às 8h15.
Segundo a CPTM, somente em agosto o serviço Airport-Express estará disponível com viagens diretas (sem paradas) entre as estações Aeroporto-Guarulhos e Luz. O percurso levará cerca de 35 minutos e os trens vão partir em quatro horários programados nos dois sentidos. O valor cobrado será R$ 8.
Em julho, porém, deve começar o serviço Connect, que terá viagens entre as estações Brás e Aeroporto-Guarulhos nos horários de pico. Nele, o trem irá parar em todas as estações para embarque e desembarque e o valor da tarifa custará R$ 4.
RECLAMAÇÕES
Outro ponto criticado pelos usuários é a demora entre a saída dos trens, que partem a cada meia hora. Sobre o tema, a CPTM informou que até o fim deste mês, a previsão é que o intervalo seja de 20 minutos nos horários de maior demanda. Os intervalos serão reduzidos gradativamente, de acordo com o aumento de usuários.
Já o agente de segurança do aeroporto Márcio Gonçalves, 44, morador do Pq. Cecap, bairro próximo à estação, viu mais facilidade para chegar ao trabalho. “É mais perto agora do que pegar ônibus, que às vezes vinha muito cheio. Como eu pego o contra fluxo, não tenho o que reclamar”.
Jordan Mello, correspondente de Guarulhos
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